Ulisses Correia e Silva confirma que é recandidato a primeiro-ministro

PorExpresso das Ilhas, Lusa,4 fev 2020 11:49

O presidente do Movimento para a Democracia (MpD), Ulisses Correia e Silva, anunciou hoje, à Lusa, que será recandidato ao cargo de primeiro-ministro nas eleições legislativas de 2021. Na entrevista concedida à agência de notícias portuguesa, o líder dos democratas fala ainda das ambições do partido para as próximas eleições autárquicas e remete para o "momento próprio" uma tomada de posição do MpD sobre as presidenciais.

Ulisses Correia e Silva, de 57 anos, lidera a única lista candidata nas eleições do MpD agendadas para 09 de Fevereiro, tendo por isso a recondução no cargo garantida.

“Estou disponível para liderar o MpD e o Governo até ao final da próxima legislatura [2021/2026]”, afirmou, em entrevista à Lusa a propósito das eleições de domingo.

Cabo Verde realiza este ano eleições autárquicas e em 2021 eleições legislativas (primeiro semestre) e presidenciais (segundo semestre). O MpD conquistou o poder em Cabo Verde nas eleições legislativas de 2016, depois de cerca de 15 anos de liderança do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).

Questionado pela Lusa sobre a garantia aos militantes da recandidatura ao cargo de primeiro-ministro em 2021, Ulisses Correia e Silva foi peremptório: “Claro que sim, senão não estaria a recandidatar-me ao cargo de presidente do MpD”.

Antigo presidente da Câmara da Praia, secretário de Estado das Finanças e depois ministro das Finanças, Ulisses Correia e Silva lidera o Governo cabo-verdiano desde 2016 e é presidente do MpD desde Junho de 2013.

Sobre o actual mandato à frente do MpD (2017/2020), sublinhou como principais resultados a “retoma e a aceleração continuada do crescimento económico”, impulsionadas “pelo sector privado e pelas reformas económicas”, bem como na “redução do desemprego”.

“Uma opção clara por uma política de inclusão social orientada para a promoção da autonomia das famílias e dos cidadãos através do acesso ao emprego, ao rendimento e à produção em vez do assistencialismo, fortes investimentos no sector da segurança, o reforço da descentralização acompanhada de fortes investimentos na requalificação urbana e ambiental e acessibilidades”, enfatizou.

Para Ulisses Correia e Silva, há hoje em Cabo Verde “mais confiança dos cidadãos, das empresas e dos investidores”: “O que é importante para a boa dinâmica de crescimento económico do país”.

Nas duas primeiras eleições internas, Ulisses Correia e Silva também concorreu sozinho e conseguiu 98% dos votos em 2013 (substituindo Carlos Veiga) e 99% em 2017. A candidatura de Ulisses Correia e Silva já traçou o objectivo para este acto eleitoral de ter novamente a confiança dos cerca de 30 mil militantes e um "resultado muito forte e robusto".

Depois da eleição do presidente, o MpD vai realizar a sua XII convenção nacional, entre os dias 06 e 07 de Março, para eleger os órgãos do partido.

Meta autárquicas: 20 Câmaras Municipais


Na mesma entrevista à Lusa Ulisses Correia e Silva assumiu o objectivo de o partido vencer as duas próximas eleições em Cabo Verde e afirmou que seria “excelente” chegar, este ano, às 20 câmaras municipais.

Cabo Verde conta com 22 municípios e prevê realizar no segundo semestre deste ano as oitavas eleições autárquicas da sua história. Destas, 18 autarquias são controladas pelo MpD, duas pelo PAICV e duas por independentes.

“Será um muito bom resultado ganhar as eleições nos 18 municípios onde o MpD é poder autárquico e será excelente ganhar mais duas câmaras”, sublinhou Ulisses Correia e Silva.

Já sobre as eleições presidenciais de 2021, que vão encerrar este ciclo eleitoral, o líder do MpD afirma que a Comissão Política e a Direção Nacional do partido “ainda não se debruçaram” sobre o assunto, nomeadamente eventuais candidatos a apoiar. “Estamos focados nas autárquicas. Cada coisa no seu lugar e no seu momento próprio”, insistiu.

Questionado pela Lusa sobre o nome de Carlos Veiga, ex-primeiro-ministro pelo MpD e embaixador cessante de Cabo Verde nos Estados Unidos, que já admitiu reflectir este ano sobre uma candidatura presidencial, Ulisses Correia e Silva insiste que ainda não é tempo ainda para comentar.

“Não faço comentários e nem considerações sobre nomes de potenciais candidatos quando nem o doutor Carlos Veiga se pronunciou ainda. No momento próprio saberão a posição do MpD sobre as presidenciais”, afirmou.

Numa legislatura fortemente marcada pelas divergências com a oposição, liderada pelo PAICV – que foi poder de 2001 a 2016 -, o presidente do MpD e chefe do Governo prefere sublinhar os entendimentos alcançados.

“Não faço a avaliação da oposição. Os cabo-verdianos na altura própria farão. Nós temos um regime de parlamentarismo mitigado. O essencial do diálogo e das concertações faz-se ao nível do parlamento. Lembrar que já aprovamos leis que exigem maioria qualificada de dois terços, o que pressupõe os votos da oposição”, concluiu.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,4 fev 2020 11:49

Editado porSara Almeida  em  29 out 2020 23:20

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