"Houve excesso de confiança. Estávamos convencido de que iriamos ter uma vitória na Praia, mas não faço projecções neste momento. Deixo isso para os analistas. Vamos, com tranquilidade, saber o que é que se passou, quais são os nossos pontos fracos relativamente ao que se passou na Praia e reforçarmos a nossa acção para as próximas eleições", destacou o presidente do MpD, Ulisses Correia e Silva analisando os resultados de ontem que fizeram com que a Câmara da Praia mudasse do MpD para o PAICV.
Questionado sobre se os resultados deste domingo serão um aviso à governaçao do MpD, Ulisses Correia e Silva respondeu que "isso são avaliações, percepções. Nós teremos outras leituras. O que eu digo é que continuamos forte, o maior partido autárquico, um partido de confiança dos cabo-verdianos e, essencialmente, vamos ter de reforçar a nossa acção política. E sentimos isso junto dos nossos militantes e simpatizantes".
Já sobre os resultados em Santa Catarina de Santiago e São Vicente, duas das maiores autarquias do país e onde o MpD não conseguiu vencer com maioria absoluta, Ulisses Correia e Silva frisou uma vez mais que "relativamente à Praia poderá ter havido excesso de confiança. Não faço projecção para os outros municípios. Ganhamos em São Vicente num contexto difícil, onde há vários candidatos. O facto de o MpD ser a primeira força política e o PAICV a terceira tem leituras".
A existência de autarquias onde se registou uma divisão dos votos com a vitória de um partido para a Câmara e, em alguns casos, divisão de votos nas assembleia municipais vai obrigar a negociações e, no extremo, levantar problemas de governabilidade das câmaras. Comentando este tema, Ulisses Correia e Silva frisou que "cada caso é um caso. Os actores políticos irão procurar encontrar a melhor solução tendo em conta aquilo que é o resultado da escolha do povo que tem de ser respeitada. Temos de saber gerir essas situações. Estou a falar de uma forma geral, procurando as melhores respostas para situações concretas. Mas será necessário garantir a governabilidade".
Falando especificamente do caso de São Vicente, onde o MpD terá de negociar e construir consensos co a UCID para ter maioria absoluta na Assembleia Municipal, Ulisses Correia e Silva referiu que "São Vicente já não é sequer a primeira experiência. Já houve outras antes e a câmara foi gerida até ao fim. O presidente Augusto Neves tem experiência política suficiente para colocar São Vicente acima de tudo, porque o desenvolvimento local é importante na governação do país".
Segue-se agora uma reunião dos órgãos do partido onde os resultados destas autárquicas vão ser debatidos. "A Comissão Política será convocada", concluiu.