A polémica já tinha começado ontem nas redes sociais. José Maria Gomes da Veiga, deputado do PAICV insurgia-se contra a actual situação política vivida na Guiné Bissau.
Hoje, na Assembleia Nacional, José Veiga aproveitou a declaração política que fez para retomar o tema.
Em crioulo, Veiga pediu permissão para, “a partir desta casa parlamentar", manifestar a sua "solidariedade ao povo irmão da Guiné-Bissau, que neste preciso momento tem as suas instituições da República assaltadas e ocupadas por militares, as suas residências invadidas, a sua circulação restringida, constituição violada e poder ilegitimamente assumido por auto-proclamados dirigentes, à revelia de Constituição e das leis, e manifestar um veemente repúdio ao golpe de Estado e a todas as formas de assalto ao poder por fraude e força das armas”.
Veiga disse igualmente repudiar o "estranho silêncio e uma atitude cúmplice, de conluio e de aprovação do golpe pelos dirigentes do Estado de Cabo Verde, sobretudo porque Cabo Verde preside neste momento à CPLP, e em nenhum momento até hoje, condenamos nem repudiamos aquele acto fora do quadro legal e constitucional".
Assim, questiona "que compromissos os dirigentes do Estado de Cabo Verde têm com o auto-proclamado presidente que está a ocupar o poder ilegalmente pela força das armas", acrescentando que "enquanto defensores de democracia, nós não estamos a conseguir defender a legalidade democrática num momento tão dramático para este povo irmão da Guiné Bissau".
Isa Costa, deputada do MpD acusou Veiga de fazer um post "em que quase incita ao golpe de Estado" e Emanuel Barbosa perguntou à bancada do PAICV se "a participação de um militante do PAICV, com pretensões ao mais alto cargo da nação" na campanha presidencial do PAIGC "não é ingerência na vida de um país?"