A presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, acusou hoje o governo de estar a apresentar ao país, no debate do estado da nação, uma realidade “maquilhada” e que não corresponde à realidade e acusou a TCV de auxiliar o governo no que diz ser "uma campanha enganosa".
Para provar as acusações que fez a presidente do PAICV destacou que o governo “se viu obrigado a suspender a campanha de propaganda que fez quando começaram a surgir as críticas” e que hoje “os cabo-verdianos sabem que hoje há menos acesso à saúde e à educação”.
A presidente do PAICV disse ainda que entre o primeiro-ministro que se apresentou ao país 2016 e o que hoje existe "qualquer semelhança é mera coincidência". Tudo porque, como defendeu, as soluções que Ulisses Correia e Silva "nunca apareceram".
A dívida pública e a sua diminuição foram também alvos de Janira Hopffer Almada que acusou o governo de ter aumentado o valor da dívida em 46 milhões de contos sem que tivessem havido investimentos que o justificassem "uma vez que todos os projectos que o senhor [Primeiro-ministro] anunciou tinham sido negociados pelo governo anterior".
De seguida a líder do maior partido da oposição atacou as promessas do MpD sobre o crescimento de 7% e a criação de 45 mil empregos. Segundo a presidente do PAICV o governo falhou nestas promessas porque "a economia cresce a 5,5% e isso só é notado por um pequeno grupo” e acusou: “O governo destruiu 15 mil empregos".
"O país está muito melhor do que em 2016", defendeu o líder parlamentar do partido que sustenta o governo. Figueiredo Soares acusou o PAICV de "se excluir do processo de desenvolvimento do país" e que aquele partido precisa de "uma oposição válida e em paz com os resultados eleitorais".
Quanto às manifestações que se verificaram um pouco por todo o país são significado de democracia e que todos "devemos prestar atenção ao que os manifestantes pedem" mas ressalva que "nada substitui o diálogo" e que "nada justifica a ausência de representantes dos manifestantes em sessões de esclarecimento realizadas pelo governo".
No que respeita à regionalização Figueiredo Soares defendeu que a bancada que dirige "fez tudo para obter a maioria de dois terços necessária. Por razões conhecidas por todos a proposta foi rejeitada". "O país perde uma oportunidade impar", defende o líder da bancada do MpD.
Com menos tempo disponível, a UCID não deixou de apontar críticas ao governo. António Monteiro disse no seu discurso que a “realidade nacional sendo empolgante para quem governa, não nos convence”.
Para o presidente da UCID o governo tem culpa pelo que "podendo fazer para melhorar a vida dos cabo-verdianos, não o faz" e acusa o governo de querer vender as empresas públicas privatizando-as e "entregando-as a quem tanto que e tão pouco paga"