Janira Hopffer Almada, presidente e líder parlamentar do PAICV, afirma que a nação não está bem e que o país pintado pelo executivo liderado por Ulisses Correia e Silva não é real.
“Assistimos a um grande esforço da equipa governamental, encabeçada pelo primeiro-ministro, para demonstrar que o povo está feliz, e através de uma forte maquina de propaganda e publicidade, estribado num grande e desproporcional investimento em marketing, para tentar convencer o povo das ilhas que as promessas estão a serem cumpridas, que os compromissos estão a serem realizados e que a felicidade prometida está a bater a porta das suas casas”,afirma.
Dados do INE indicam que a economia cabo-verdiana cresceu 3,9% em 2017, ligeiramente acima do ano anterior, mas longe da previsão de 5,5% do Governo.
A presidente do PAICV considera que o crescimento do PIB não se traduziu na melhoria da qualidade de vida dos cabo-verdianos.
“Sem a basofaria que o [ primeiro-ministro, Ulisses correia e Silva] caracteriza, diga-nos a verdade sobre o crescimento do PIB e dos factores que impulsionaram este crescimento desde os últimos trimestres de 2015 e reconheça que esse crescimento tem sido a custa das despesas e não do aumento de investimentos, e que o mesmo crescimento não tem tido impacto directo na mudança da condição de vida das pessoas”, aponta
Na mesma linha, o presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática, António Monteiro, afirma que o governo vai bem no discurso mas não no percurso.
O líder dos democratas-cristãos critica a actuação do governo e afirma que Cabo Verde continua a sofrer de males provocados pela actual governação.
“Se formos ver, este governo vai bem no discurso mas não no percurso em que se vai aguentando graças ao apoio da GAO, do BAD, da União Europeia e outras instituições internacionais. Este governo, a seu ver faz o bastante mas para a UCID não basta, enquanto se mantiver o índice de pobreza com que nos atrapalha este governo, o elevado número de trabalhadores vivendo com o mínimo dos mínimos do salário mínimo”, sublinha.
António Monteiro sublinha que o estado da Nação não pode continuar como está.
“Queremos que para os verdadeiros problemas, para as situações mais prementes que impedem o país de caminhar rumo ao seu desenvolvimento, num desenvolvimento musculado e de rosto humano, surjam politicas e soluções concretas e decisivas que não padeçam de indefinições e enquanto isso vão se mantendo as assimetrias regionais de Santo Antão a Brava o que urge pôr cobro. O estado da nação não pode não pode continuar a ser aquilo que está”, alerta.
A maioria não se revê nas críticas da oposição e afirma que a situação socioeconómica do país está hoje melhor.
“O estado da nação era na altura desolador, visto que o PAICV enquanto governo não cumpriu qualquer das grandes metas a que se propôs, nomeadamente o crescimento económico a 2 dígitos e o desemprego a 1 digito. Hoje em razão das reformas que o governo do MpD tem vindo a fazer, o panorama do país está a mudar paulatinamente, os resultados estão a vista de todos e espelham em devida forma ao espírito de optimismo e confiança que reina em cabo verde, presentemente. Só não vê esses resultados quem não quer,garante Rui Figueiredo Soares.
O debate sobre o estado da Nação marca esta sexta-feira do fim do ano político