A posição foi manifestada hoje, em conferência de imprensa, pelos deputados do partido que estiveram de visita ao círculo eleitoral de São Vicente. João do Carmo considera que as medidas anunciadas pelo executivo são necessárias, mas que não estão a ser executadas.
“Constatamos uma situação generalizada de inoperância na implementação das medidas anunciadas pelo Governo, quer com relação as linhas de crédito, quer com relação às moratórias. Na realidade tememos muito pela vida das empresas em São Vicente concretamente. E aqui prevê-se uma dificuldade maior no sector turístico, concretamente no sector de restauração”, diz.
Os deputados do maior partido da oposição entendem que a situação social em São Vicente é preocupante, principalmente para os trabalhadores em regime de ‘lay-off’. Com a suspensão de contratos de trabalho, os trabalhadores têm direito a 70% do seu salário bruto, pago em partes iguais pelo empregador e pelo Estado, através do Instituto Nacional de Previdência Social. Acontece que muitos ainda não receberam os 35% do INPS.
João do Carmo considera gritante a incapacidade de resposta do Instituto Nacional de Previdência Social num momento de emergência.
“Estranhamente, no momento em que os trabalhadores deveriam contar com a segurança social, este mostra-se completamente inoperante. A incapacidade de reacção do Instituto Nacional de Previdência Social é gritante neste momento, não conseguem dar resposta num momento de emergência. Pelas informações do representante dos empregadores em São Vicente, quase nenhuma empresa na ilha já beneficiou dos 35% que deverão ser dados pelo INPS. Também quase nenhuma empresa em São Vicente já beneficiou das medidas anunciadas pelo Governo”, afirma.
Para o PAICV, os trabalhadores estão triplamente prejudicados, e aponta o dedo ao executivo de Ulisses Correia e Silva.
“Temos de chegar à uma conclusão de que durante este período difícil temos tido uma grande intensidade de discursos e de boas intenções do Governo que na prática nada acontece”, entende.
João do Carmo pede o alargamento do horário d funcionamento dos bares e restaurantes para além das 21 horas, conforme estipulado no âmbito das medidas anunciadas pelo executivo para conter a propagação da COVID-19.
Na mesma conferência de imprensa, os sujeitos parlamentares pediram agilidade na colocação de um equipamento de testes PCR para detecção do vírus causador da COVID-19 na ilha de São Vicente, para servir toda a região norte do país.