Janira Hopffer Almada questionou o que foi feito com os dois aviões CASA que o governo adquiriu em 2018
“Se nós entregamos o avião Dornier e pagamos 71 mil contos como é que agora não temos nem o avião CASA nem Dornier, nem 71 mil contos e vai ser comprado outro avião? Algo não está bem e tem de ser explicado”, acusou.
A líder do PAICV questionou ainda o acréscimo de dois milhões de contos do Orçamento Retificativo num momento de crise e que aumenta despesas em áreas “não prioritárias”.
“É preciso dizer ainda que o país não pode continuar a endividar para fazer gestão corrente para garantir despesas de funcionamento como foi feito nesses quatro anos. Se a crise perdurar, esperemos que não perdure, não vamos conseguir suportar a Administração Pública”, alertou.
O deputado do MpD, Orlando Dias, protestou, alegando que os questionamentos do PAICV são contra os interesses dos cabo-verdianos.
Quanto ao acréscimo do OR, Orlando Dias fundamentou que é para servir aos cabo-verdianos e aplicar na saúde.
“Dizem que no ambiente de crise o OR vai ter um acréscimo, Janira Hopffer Almada mostra claramente o desconhecimento na área económica. [O Orçamento Rectificativo] Está maior para servir os cabo-verdianos, para aplicar na saúde num momento em que investir na saúde é a prioridade das prioridades. Estamos a investir no ensino por questão da pandemia”, sustentou.
A UCID também questionou se neste momento de crise, seria a melhor altura para a aquisição de um avião para evacuações, quando o governo tem um acordo com a BINTER, para o transporte dos doentes.
Para a UCID o valor destinado a aquisição do avião, poderia ser utilizado em outras áreas como a pesca, para aumentar a capacidade nacional de captura.
“A FRESCOMAR está a correr o risco de no futuro não ter produtos para processar. Nós entendemos que este orçamento deveria ter verbas fortes para relançarmos a nossa economia, sem dúvida. E a questão da pesca e da agricultura seria fundamental”, argumentou António Monteiro.
Nas suas declarações, Olavo Correia justificou que a compra do novo avião se deve a racionalidade económica e que está enquadrada dentro dos investimentos para garantir segurança total ao nível do País o que inclui a segurança sanitária.
Segundo o governante, o executivo entendeu, com base nos estudos feitos por técnicos especialistas, que o custo da manutenção do avião Dornier é mais elevado do que o montante que é preciso para adquirir um avião mais novo e em melhores condições.
Neste caso, um novo avião seria mais adaptável para fazer transferências áreas sanitárias e fiscalização do espaço aéreo e marítimo nacional.
“Portanto aqui há uma racionalidade económica”, reiterou.