“Isto revela que a CMSV não tem tido uma boa política de gestão de solos. Não se compreende como é que às pessoas de baixa renda são atribuídos lotes precisamente nas encostas. Estas pessoas são duplamente penalizadas. Primeiro, porque é uma construção difícil e segundo, essas pessoas não têm rendimentos para se protegerem dos perigos, designadamente da chuva”, afirma.
"Defendemos que é preciso haver distribuição de lotes sociais para que as pessoas possam construir em condições de segurança e nas planícies”, acrescenta.
Alcides Graça aponta o dedo ao que classifica de falta de planificação territorial e sublinha que “a autarquia não tem tido uma boa política de gestão de solos”.
O presidente da CPR denuncia a situação de “perigo iminente” de uma casa em concreto, face ao aproximar da época das chuvas.
Segundo o responsável político, a casa em questão “ficou encurralada” com a construção de uma nova moradia, que bloqueou todas as saídas das águas pluviais.
“Temos aqui uma das situações mais gravosas. Esta casa foi encurralada com uma construção. É do conhecimento da câmara municipal, que prometeu que a nova construção deixava um espaço de dois metros para a linha de água, para a água sair. A verdade é que taparam completamente este espaço. A verdade é que não o fez e a família continua em perigo”, alerta.
A proprietária, Alcídia Monteiro, afirma que há muito que aguarda por uma solução para o seu problema.
“Prometeram, ou alinhar a casa com outra aqui perto, ou que iriam mudar a localização da casa. Já fui várias vezes à Câmara Municipal, já falei com o presidente e até hoje ainda não tenho uma resposta. Sempre que chove tenho problemas, até tenho medo que chova. E se não fossem os vizinhos que me ajudam quando chove passava sofrimento lá dentro. A água empoça sempre, mesmo que chova pouco, e transborda com lama para dentro de casa”, afirma.
Contactada pela Rádio Morabeza, a Câmara Municipal de São Vicente remeteu uma reacção para mais tarde.