O líder dos democratas cristãos afirma que os objectivos traçados pelo executivo liderado por Ulisses Correia e Silva não foram cumpridos.
“O balanço é negativo (…) por mais voltas que se tente dar, por mais fitas que queira fazer, não conseguiu atingir os objectivos do seu programa. Os 45 mil postos de trabalho ficaram muito longe da meta, o crescimento a dois dígitos ou a média 7% também está muito longe do pretendido, de forma que não se pode considerar que o mandato foi bom”, explica.
A propósito do debate sobre o Estado da Nação, que acontece esta semana, no parlamento, a UCID afirma que a actual crise reflecte a imagem da Nação.
“Apesar da satisfação das pessoas por ter chovido, sente-se na conversa com os cidadãos que há muitas dificuldades. Muitos não têm capacidade financeira para assumirem as suas responsabilidades. É só ver a quantidade de pessoas que têm dificuldade em pôr a panela ao lume, é muita gente”, afirma.
“Por exemplo, ontem estive na Tchetchênia, entrei na casa de uma senhora, com seis filhos maiores, alguns com problemas de saúde, ninguém naquela casa trabalha. Não há um único tostão para apoiar aquela família. Ao falar desta família, eu posso extrapolar para muitas outras. Isso para dizer que o estado da Nação não é bom (…) A situação não é boa nem para o cidadão comum nem para os empresários”, acrescenta
A UCID sublinha o impacto negativo da covid-19 na economia do país e reafirma que o actual contexto evidenciou as fragilidades nacionais.
“Já vínhamos com problemas anteriores, a crise veio desmascarar a nossa situação, tendo em conta que perdemos uma parte significativa das receitas do sector do turismo e não temos um contrapeso que deveria ser a base económica. Para além do turismo, deveríamos ter pensado noutros sectores para servir como base da economia, não tendo isto, o país acabou por se ressentir ainda mais”, assegura.