Em conferência de imprensa proferida hoje na sua sede em São Vicente, o presidente da UCID disse que volta à questão porque considera que a situação na autarquia é grave e que alguém deve ser responsabilizado.
“Consideramos que aquilo que temos como informação é de extrema gravidade e que o Governo, através do senhor ministro das Finanças, Olavo Correia, já deveria ter respondido às questões que a UCID, por diversas vezes, colocou nas suas intervenções. Lançamos este desafio ao Governo do MpD, ao ministro das Finanças, para que antes das eleições mande publicar o relatório”, desafia.
António Monteiro considera que depois da inspecção, a gestão da edilidade continua a ser “danosa”, e que as dúvidas são muitas. O político aponta alegadas falhas nas contas apresentadas, contratação de funcionários em tempo de campanha e má gestão dos terrenos municipais.
“A Câmara Municipal recebeu de volta as contas de 2017 e 2018, alterou os números das contas de 2018 e de 2019, tem um orçamento que não cumpre absolutamente nada, inicia obras que não estão no orçamento, faz contratações fora daquilo que é o âmbito da contratação pública. Há inúmeras irregularidades. Então, a melhor forma de se saber se a razão está do lado da UCID ou do lado da CMSV é com a inspecção mandada fazer desde Junho ou Maio de 2019”, aponta.
Recorda-se que na sequência de denúncias anteriores, o Governo esclareceu, em Junho deste ano, que a inspecção administrativa, financeira e patrimonial ao Município de São Vicente, desencadeada em 2019, ainda estava em curso e por isso o relatório ainda não tinha sido publicado.
Outra questão abordada durante a conferência de imprensa tem a ver com quem deveria ou não assumir a presidência interina da edilidade, depois da retirada de Augusto Neves, candidato à sua própria sucessão nas eleições autárquicas de 25 de Outubro.
“Há outros vereadores que não irão estar na lista, e um deles é que deveria assumir a presidência, deixando a Câmara com uma gestão do dia-a-dia e não tomando decisões onde o candidato, que é actualmente o presidente interino, convoca a imprensa para no terreno continuar a fazer campanha eleitoral com o dinheiro dos munícipes”, entende.
A UCID considera que se trata de situações graves e pondera apresentar queixa às autoridades policiais e à Comissão Nacional de Eleições.