O apelo foi feito hoje, em conferência de imprensa proferida pelo líder António Monteiro, num acto em que também estiveram presentes oito militares da 1ª incorporação de 1975. António Monteiro critica a não discussão do assunto na Assembleia Nacional, apesar de uma petição entregue na casa parlamentar, há cerca de dois anos, pela Associação dos Militares Voluntários de 1975 – AMINCOR 75, das Forças Armadas Revolucionárias do Povo.
O presidente dos democratas cristãos refere que a mesa da Assembleia Nacional prometeu agendar o debate do documento durante as sessões de Julho, Outubro, Novembro e Dezembro, o que não aconteceu tendo em conta que não consta da agenda da primeira sessão deste mês, que arranca já na próxima semana.
“A UCID entende tratar-se de uma situação anómala em democracia. Com a presença destes senhores que aqui estão, muitos deles a passar muito mal, outros já faleceram na miséria absoluta, outros na porta da igreja a pedir esmola, nós entendemos que esta não é uma atitude salutar de um Estado. Estamos aqui para exigir da Assembleia Nacional, que já tem a petição há mais de dois anos, para que se faça um agendamento, mesmo que seja em regime de urgência, para defender a posição destes cidadãos e para dar-lhes aquilo que têm direito”, solicita.
Os referidos militares não têm o Estatuto de Combatente da Liberdade da Pátria, mas António Monteiro diz que isto não está em causa, defendendo que sejam integrados na Lei 34/V/1997 de 20 de Junho que tratava das pensões dos cidadãos cabo-verdianos que tenham prestado “valorosos” serviços à Nação. A mesma lei sofreu recentemente a sua primeira alteração para se incorporar a questão dos atletas cabo-verdianos.
“Na altura eu voltei a chamar atenção para estes cidadãos que desde 1975 deram o seu contributo, e 45 anos depois muitos continuam a ter uma vida miserável. É preciso que o Estado respeite estas pessoas”, diz.
Num documento da AMINCOR que terá sido enviado aos órgãos de soberania, os militares, com muitos a viverem no limiar da pobreza, pedem que o seu problema seja resolvido o mais urgente possível, e que seja garantido o seu “direito já adquirido”.