“Há uma coisa que tenho que deixar clara. Nem este Governo, nem o partido que o apoia [Movimento para a Democracia, MpD], têm alguma relação de afinidade ou simpatia com partidos do tipo do Chega, em Portugal, nem partidos de lógica ideológica similar”, afirmou Ulisses Correia e Silva, depois de aceitar o pedido de demissão apresentado na terça-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, Luís Filipe Tavares.
Questionado pelos jornalistas, Ulisses Correia e Silva, que é também presidente do MpD, afirmou que a decisão de pedir a demissão deve ser “respeitada e que protege a ele próprio [Luís Filipe Tavares] de ataques que, seguramente, a oposição se preparava para fazer, destruindo a sua pessoa e tentando atingir o Governo”.
O ministro demissionário, em comunicado, justifica o pedido de exoneração com a necessidade de “poupar” Cabo Verde a crispação adicional e ao “desgaste” que resultam das eventuais repercussões políticas negativas da nomeação do português César do Paço como cônsul honorário na Flórida.
Ontem o governo anunciou, também em comunicado, sem mais pormenores, que “aceitou o pedido de demissão de Luís Filipe Tavares”.
O primeiro-ministro escusou-se para já a avançar o nome do substituto de Luís Filipe Tavares, que é também vice-presidente do MpD, acrescentando que primeiro levará o nome proposto ao Presidente da República.