O cabeça-de-lista da UCID pelo círculo eleitoral de São Vicente defendeu esta ideia após contactos com os eleitores no cais de pesca da Cidade da Praia, durante a qual questionou também “a falta de políticas e de investimentos” no sector
Segundo a mesma fonte, nem o Governo nem a Câmara Municipal da Praia criaram condições para um ordenamento do território “de forma inteligente”.
Por isso, adiantou, a cidade cresceu de forma desordenada, com grandes lacunas e com pessoas que sentem dificuldades em encontrar casas para morar.
“Os Governo não conseguiram reter as pessoas nos seus lugares para lhes dar condições para a agricultura, pesca, educação e saúde e elas foram obrigadas a abandonar os seus locais e concentra-se na Praia, onde tem maior volume de negócio e uma economia mais dinâmica”, explicou.
Para ele, “o próximo ministro de infra-estruturas e habitação tem um trabalho enorme” porque “o actual Governo do MpD falou muito na habitação, nas infra-estruturas, no ordenamento do território e não se viu nada”.
Conforme António Monteiro, nem mesmo na orla marítima, que tem uma “situação difícil”, a câmara, o Governo e a Justiça prestaram atenção.
Por isso, deve-se “parar e repensar” para dar à cidade capital “as melhores condições de crescimento e desenvolvimento possíveis.
Sobre a mensagem que levou às peixeiras e pescadores, António Monteiro disse que a UCID “vai fazer de tudo, dentro do Orçamento do Estado, para criar as condições para ajudar esses chefes de famílias e mulheres que procuram de sol a sol pão para os seus filhos sem as mínimas condições possíveis”.
António Monteiro também defendeu que se deve sentar à mesa e rever com a União Europeia, e com os outros países com quem Cabo Verde tem acordo de pesca, ir mais “a fundo para defender os interesses dos cabo-verdianos de melhor forma possível”.
“O acordo de pesca tem lesado os interesses do País. Se reparamos a bordo não temos nenhum controlo, não exigimos que a bordo tenha pescadores, homens de máquinas e homens de ponte cabo-verdianos” afirmou o candidato, para quem o acordo actual “tem de ser revisto com alguma diplomacia”.
Mas sublinhou que a UCID “cumprirá todas essas promessas” se estiver no parlamento “com a força” suficiente capaz de romper com as maiorias absolutas.
Para isso, avançou, a UCID espera ter “o maior número de deputados possíveis”.
“Queria ter sete deputados na Cidade da Praia, cinco em Santiago Norte e seis em São Vicente. Mas são as pessoas que decidem e, em função daquilo que nos darão, vamos trabalhar com a responsabilidade que debitaram em nós e faremos tudo para criar as melhores condições para elas”, projectou.
Às legislativas do dia 18 para eleição de 72 deputados em 13 círculos eleitorais, dos quais dez no País e três na diáspora, concorrem seis partidos – PAICV, MpD, UCID, PTS, PSD e PP.
PAICV, MpD e UCID concorrem em todos os círculos, PP em seis círculos (Santiago Sul, Santiago Norte, Boa Vista e os três da diáspora), PTS também em seis círculos (São Vicente, Santiago Sul, Santiago Norte e três diáspora), e PSD em quatro círculos (Santiago Norte, Santiago Sul, América e África).
As últimas eleições legislativas em Cabo Verde ocorreram no dia 20 de Março de 2016, tendo o Movimento para a Democracia (MpD) vencido com maioria absoluta, ao eleger 40 deputados, o PAICV 29 e a UCID três.