António Monteiro falava à imprensa, na tarde desta segunda-feira, na sede do partido, em São Vicente, numa reacção à eleição de José Maria Neves como novo Presidente da República de Cabo Verde.
Nestas eleições, a UCID apoiou Carlos Veiga, candidato também apoiado pelo MpD.
“É difícil dizer, mas uma coisa acho que todos nós temos consciência, o Dr. Carlos Veiga consegue ser uma cola para agrupar todo o PAICV e provavelmente, por causa disso, a segunda razão tem a ver com o nível de abstenção elevadíssimo. Não é aceitável que, numa eleição com sete candidatos o nível de abstenção seja de 52%. Alguma coisa não bate certo”, refere.
Segundo Monteiro, o voto obrigatório é uma questão que deve ser analisada pelos órgãos competentes, como uma medida que pode resolver a questão da elevada abstenção.
“Isto porque, infelizmente, temos muitas pessoas que ficam à espera até à última hora, pelo menos de exemplos que temos aqui, para venderem ou proporem a venda dos seus votos. Achamos que não é uma boa prática e, para garantir a qualidade da nossa democracia, devemos analisar que decisões devemos tomar, enquanto instituições, políticos, para evitarmos essa situação que pode colocar em perigo a própria democracia”.
A UCID apoiou Carlos Veiga nestas eleições presidenciais, numa decisão tomada por unanimidade, pela comissão política do partido mas que gerou alguma polémica
Questionado sobre o seu futuro como líder do partido, Monteiro remete qualquer decisão para o congresso.
“O meu lugar está sempre disponível e ao dispor dos militantes da UCID. Iremos ter um congresso e os congressistas irão decidir que futuro irão dar à minha pessoa, enquanto político, militante da UCID ou mesmo enquanto dirigente. Estou convicto de que o trabalho que foi feito nestas eleições foi um trabalho meritório, porque a única coisa que moveu a UCID foi ter um melhor candidato. O povo julgou diferente, nós respeitamos”, afirma.
António Monteiro assegura que o envolvimento da UCID nas eleições presidenciais não irá prejudicar a imagem do partido e diz estar convicto de que os democratas cristãos fizeram “uma boa escolha”.