Em conferência de imprensa, realizada esta terça-feira, em São Vicente, os democratas-cristãos reafirmaram a defesa de uma “linha vermelha”, relativa ao anunciado aumento do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA).
Em representação dos deputados, Dora Pires recorda que a UCID propõe o aumento da dívida pública.
“Isso porque nós não gostaríamos de pisar a linha vermelha, ou seja, o aumento do IVA de 15 para 17%, porque não podemos sacrificar os cabo-verdianos com o aumento do IVA. Também gostaríamos de ver o aumento do salário mínimo, porque os que ganham menos precisam de ter mais para superar esta situação. Também não podemos esquecer os que têm o salário médio, porque também perderam poder de compra”, refere.
A parlamentar recorda que o país atravessa um ”momento difícil” e defende a urgência na criação de consensos políticos em torno “daquilo que salvaguarda o interesse e bem-estar dos cabo-verdianos”.
“Nós temos uma inflação considerável e aumentando o imposto de 15 para 17% as famílias não irão resistir. Há famílias que irão passar por mais dificuldades, por isso, defendemos mais diálogo. Creio que há espaço para debatermos a realidade do país, pensar no cabo-verdiano e não sacrificá-lo pelas más políticas dos sucessivos governos. Temos que analisar a situação do país e decidir o melhor para os cidadãos”, alerta.
A UCID aponta ainda para a necessidade de “redução das despesas de funcionamento e da definição de prioridades claras para o próximo ano”.
A proposta de Lei do Orçamento do Estado para o próximo ano, orçado em cerca de 73 mil milhões de escudos, estabelece no seu artigo 48.º, que a taxa do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), a vigorar até 31 de dezembro de 2022, é de 17%, mais dois pontos percentuais face à actualmente em vigor.
Está ainda previsto o agravamento de taxas aduaneiras e a aplicação de um imposto sobre o tabaco, medidas com as quais o Governo tenta aumentar as receitas fiscais, face à crise provocada pela Covid-19.