Em declarações hoje à imprensa, em São Vicente, de balanço das jornadas parlamentares, Dora Pires, deputada e vice-presidente do partido, lembrou que o aumento do preço da cesta básica, entre outros produtos e serviços, é agravado pela elevada taxa de desemprego, fraco poder de compra e pela seca.
“De notar que esses aumentos não têm sido acompanhados com a reposição do poder de compra, tendo em conta que há mais de cinco anos que não se regista a actualização dos salários na administração pública. Todos esses sucessivos aumentos vieram sufocar ainda mais as famílias cabo-verdianas e, sobretudo, as mais desfavorecidas, agravando a sua capacidade de suprir necessidades básicas e aumentando o número de pessoas em situação de pobreza extrema e insegurança alimentar”, alerta.
A UCID defende que o governo deve encontrar mecanismos para “mitigar” os efeitos da actual crise, nomeadamente com o aumento do salário mínimo nacional e das pensões sociais e do INPS.
No caso particular de São Vicente, Dora Pires afirma que a situação é preocupante, principalmente, nas zonas periféricas.
“Não temos esse fenómeno de massa [fome] que abrange a população inteira, mas a insegurança alimentar, que é individual, mostra que há famílias que não conseguem comprar o suficiente para satisfazer as suas necessidades básicas, isso é real, o que quer dizer que temos pessoas com fome. Agora, se o governo não trabalhar neste sentido, e há uma consciência que existe pobreza extrema, a pobreza extrema leva à fome. Há pessoas que não conseguem garantir uma refeição por dia", adverte.
Os democratas-cristãos defendem a aposta no sector primário e na diversificação económica, como formas de aumentar o rendimento das famílias mais vulneráveis.
A segunda sessão plenária de Fevereiro começa esta quarta-feira, com destaque para o debate com o primeiro-Ministro sobre “o papel do estado na mitigação da crise económica e social e o seu impacto na vida das famílias e empresas”, proposto pelo grupo parlamentar do PAICV.