Em declarações feitas à imprensa, à saída de um encontro com as várias entidades ligadas à matéria, o ministro do Mar, Abraão Vicente, disse que o interesse nacional está em primeiro lugar.
“Nós não podemos ceder um espaço tão bem localizado simplesmente porque há um projecto hoteleiro. O interesse público está em primeiro lugar. O que saiu da reunião é que teremos que negociar com os promotores. Só avança se este promotor estiver disponível a construir o estaleiro naval nas condições propostas pela Enapor e pela APESC e o porto de pesca. A partir daí veremos como reposicionar o investimento privado”, realça.
Abraão Vicente diz que Cabo Verde está aberto a todos os investimentos, mas os mesmos não podem perigar nenhum outro sector económico, nomeadamente o das pescas.
Questionado sobre quem é o promotor, a tutela da pasta do Mar diz que neste momento não vale a pena avançar o nome, pelo menos até as negociações estarem concluídas.
Mas uma fonte ligada ao processo avançou à Rádio Morabeza que se trata do projecto Atlantic Marina Monte Cara Ocean Race do investidor belga Frank Damman.
A Associação dos Armadores de Pesca de Cabo Verde (APESC) é uma das partes integrantes de todo o processo de construção da marinha e do estaleiro naval na ONAVE. O presidente da APESC, João Lima, entregou hoje ao Ministério do Mar uma proposta de remodelação e construção da Marina ONEVE e do estaleiro, que deve ser alocado à proposta do promotor. As negociações continuam na quinta-feira.
“É um investimento de 37 milhões de euros que o promotor quer fazer na ONAVE, e a APESC defende o interesse da armação nacional a nível da reparação e construção naval e de todos os funcionários e pessoas da sociedade civil que operam na ONAVE”
João Lima realça que a ONAVE (as Oficinas Navais de São Vicente) é uma zona fundamental para o sector da reparação naval, pelo que é preciso encontrar uma base negocial em que os armadores ficam em pé de igualdade com o promotor.