A leitura dos parlamentares foi feita durante uma conferência de imprensa proferida hoje, na sua sede em São Vicente, pelo deputado João do Carmo.
“O estado da Nação é claro. Estamos a regredir em vários sectores. No sector dos transportes, que marítimo quer aéreo, é visível e nunca Cabo Verde esteve nesta situação desde a independência deste país. A situação de São Vicente é um pouco mais preocupante, tendo em conta o imbróglio a nível municipal”, entende.
“O povo de São Vicente não esquece da declaração do Governo, feita em 2016, que este iria travar o desenvolvimento desta ilha”, afirma.
Os deputados do maior partido da oposição dizem que o retrato que faz tem por base contactos feitos com a população e com diversas instituições na ilha.
“O povo sente-se injustiçado pelo alto preço na ligação SV-Lisboa; o sente-se sufocado todas as vezes que procura os serviços do Hospital Baptista de Sousa; os jovens de São Vicente sentem-se desesperados pela falta de emprego nesta ilha; as pessoas com baixa renda não têm o apoio das instituições públicas; o número de casas de lata aumenta diariamente, a ZEEMSV é uma das maiores ilusões jamais visto nesta ilha”, aponta.
Quanto à Cabo Verde Interilhas, o PAICV diz que as recentes situações de cancelamentos de viagens prova que o partido tinha razão quando disse que a empresa não estava em condições de “assumir o monopólio do sector”.
“A empresa era obrigada a trazer cinco barcos novos, só trouxe um. Basicamente assegura as ligações com os barcos já existentes. Em todo este dossier há apenas um cumprimento: o Governo passa para a empresa 300 mil contos anuais. Só o Governo tem estado a cumprir nesta parceria”, considera.
As declarações dos deputados do PAICV, eleitos por São Vicente, foram feitas depois de uma visita ao círculo eleitoral, e em jeito de antevisão do debate sobre o estado da Nação agendado para o dia 29, na Assembleia Nacional.