As declarações do edil mindelense foram feitas, hoje, à imprensa, em reacção ao último pronunciamento do presidente da Comissão Política do PAICV, Adilson Graça, que disse, na última sexta-feira, que as últimas chuvas vieram pôr a nu “a incapacidade e incompetência” na gestão do município.
“Os que não vêem o trabalho feito por estes trabalhadores diariamente ou é por maldade, má-fé ou com o objectivo de denegrir a imagem de uma Câmara Municipal que muito trabalha por esta ilha. A chuva na nossa terra é sempre bem-vinda, é uma bênção de Deus e não um propósito de aproveitamento político de oportunistas e desanimados que aproveitam para tirar proveitos políticos, difamar as instituições e fazer politiquice, em vez de ajudar os mais necessitados nessa época”, diz.
Augusto Neves refere que as lamas, os entulhos e o entupimento do esgoto é comum na época das chuvas em todo o lado quando há inundações. O edil garante que a autarquia já recebeu o primeiro reforço financeiro do Governo para acelerar a limpeza de toda a cidade, melhorar as habitações mais degradadas e apoiar as famílias.
Na mesma conferência de imprensa, o líder da autarquia mindlense considerou falsas as suspeições lançadas por Adilson Graça de que a Câmara Municipal estaria com um projecto de loteamento dos campos de da Ribeira Bote e Lombo Tanque, que fazem parte do sistema de drenagem da ilha.
“Lançar boatos com o objectivo de tirar algum proveito político não é de bom tom, dizendo que a Câmara Municipal está loteando as bacias hidrográficas – os campos de Vila Nova a Ribeira Bote -, se fazem parte de todo o sistema de drenagem da ilha. É no mínimo absurdo, perverso e tendencioso, com o objectivo de, mais uma vez o PAICV tentar enganar a população”, diz.
Sobre a alegada inexistência dos planos detalhados, Augusto Neves mostrou os documentos à Comunicação Social, para desmentir a afirmação do PAICV.
Augusto Neves tranquilo quanto à governação municipal
No que diz respeito ao alegado bloqueio na governação municipal, Augusto Neves diz-se tranquilo porque está amparado pela lei, e que a Câmara Municipal tem funcionado com normalidade. Isto apesar de nenhuma agenda de trabalho das reuniões quinzenais ter sido aprovada desde Janeiro, por falta de entendimento com os vereadores da UCID e do PAICV.
A situação já é do conhecimento do Ministério da Coesão Territorial, que já disse que vai pedir ao Ministério Público para anular as deliberações tomadas a 02 de Janeiro e nas reuniões seguintes na Câmara de São Vicente.
“Foram deliberações tomadas no início do ano que estão sendo averiguadas pelo Ministério da Coesão Territorial que fez a sua inspecção. Nós seguimos com a nossa visão, mas quem faz este trabalho é o Ministério Público. E nós estamos à espera disso. Uma coisa é o município, outra coisa é a administração pública. E nós fizemos entender isso. São leis diferentes, temos o nosso estatuto e assim funcionamos”, diz.
Augusto Neves garante que o impasse não está a prejudicar o desenvolvimento de São Vicente porque a câmara trabalha com o plano de 2022 aprovado.