João do Carmo, porta-voz do grupo, exemplifica com as alterações nos indicadores que permitem a transição dos alunos o que, segundo diz, coloca em causa a qualidade do ensino.
“Estatisticamente, vai muito bem, mas a nível de qualidade e de conteúdos, está muito mal. Para se ter uma ideia, um aluno com reprovações, inclusive em Matemática e Português, pode transitar de ano. Para um aluno reprovar por faltas, só com quase duzentas faltas. O que é uma verdadeira aberração”, refere.
João do Carmo adverte que a reforma introduzida na via técnica foi feita sem a criação de condições a nível das infra-estruturas, para responder à procura.
No que se refere à classe docente, o PAICV aponta para as pendências que precisam de resolução.
“Há professores sem subsídio de deslocação, outros com três níveis de ensino e outros a trabalhar sob pressão. Ainda outros a reclamar subsídio de não redução da carga horária”, cita
Os deputados do maior partido da oposição pedem medidas de solidariedade para com professores de postos escolares 1A, 3A e 5C, para evitar que cheguem à idade de reforma com salários baixos.
“São professores que trabalharam logo depois da independência em vários pontos do país, antes até do Instituto Pedagógico, com 5º e 2º anos, antigo, o pessoal que trabalhou durante trinta ou quarenta anos mas que a reforma é baixíssima. É preciso criar uma lei medida para esta classe, para estes níveis específicos, para poder dignificar tudo aquilo que fizeram, porque na altura não havia formação continua dos professores e aproveitavam pessoas com segundo ou quinto ano para poder formar toda essa criançada”, refere.
Segundo o deputado, alguns destes professores, com mais de 40 anos de serviço, já estão reformados, mas outros continuam no activo.