Em conferência de imprensa proferida em São Vicente, o deputado e membro da comissão política do maior partido da oposição, João do Carmo, disse que o que se passou com os transportes aéreos está agora a acontecer nos transportes marítimos.
“Tudo pode ser deduzido pela guerra campal pelo ministro do Mar que fala grosso e promete por os parceiros na concessão no seu respectivo lugar. Pelo tom do ministro as coisas claramente não vão bem e fica anunciado mais uma privatização falhada e mais um verdadeiro fiasco”, afirma.
O PAICV considera preocupante aquilo que chama de “desaguisado” entre o operador e o Governo, em relação às dívidas para com a Cabo Verde Interilhas, e “um verdadeiro desnorte e desencontro” entre Abrão Vicente e Olavo Correia.
“Para o ministro da pasta, o Governo deve e vai horar os compromissos para com os parceiros. Já apara o ministro do Mar, o Governo não reconhece a dívida e vai mais longe dizendo que o Governo não vai aprovar as contas da empresa, uma ameaça descabida e despropositada. Não vai aprovar as contas de esta é uma competência da exclusiva responsabilidade dos órgãos da empresa”, refere.
“O PAICV exige que o primeiro-ministro assuma as suas responsabilidades, ponha ordem no seu Governo, nos poupe dos desatinos do seu ministro e nos livre desta vergonha de bate-boca na praça pública a propósito de um assunto tão sério como delicado”,
O responsável partidário realça que enquanto isso os cabo-verdianos e desesperam pela chegada dos cinco barcos novos prometidos.
“O que o ministro do Mar deveria trazer à rua era o cumprimento do caderno de encargos. Exigir que a empresa traga os barcos novos, exigir a transparência nas contas e agir no sentido de as coisas funcionarem com a regulação que antes havia no tempo da AMP”, considera.
O maior partido da oposição entende que o primeiro-ministro deve aproveitar para esclarecer as razões “do incumprimento do contrato de concessão, informando ao país sobre a real dívida do estado para com a CV Interilhas e, sobretudo, que medidas vão ser tomadas para repor a normalidade e assegurar que a ligação entre as ilhas seja eficaz e previsível.