A posição do Movimento para a Democracia foi defendida, esta segunda-feira, pelo secretário-geral, Luís Carlos Silva, explicando que a questão central que atrasou o processo tem a ver com um nome apontado pelo PAICV e que não respeita os princípios da idoneidade e credibilidade.
“O MpD defende que ninguém que tenha cometido actos ilícitos na sua vida privada ou antes dos cargos deve beneficiar da imunidade dos cargos para se proteger da justiça”, avançou, afirmando que um dos nomes apontado pelo PAICV tem um processo a decorrer nos tribunais.
“O PAICV manteve esse nome, mas já sabia que o MpD não iria votar neste nome especifico”, reiterou, assinalando que o partido que sustenta o Governo aceita que o lugar seja do Partido da Independência de Cabo Verde (PAICV).
“O PAICV pode propor qualquer nome, desde que respeitem os princípios da idoneidade e credibilidade que esses órgãos e essas funções exigem”, frisou.
No seu entender, a justificativa do PAICV é “insólita”, pois preferiu dar um golpe e argumentar que agiu na prevenção na desconfiança de que seria o MpD a lhe aplicar um golpe.
“Esse golpe terá consequências no futuro, uma vez que será muito difícil conseguirmos novos acordos e há necessidade de elegermos novos órgãos”, salientou, advertindo que o processo neste momento vai desembocar num bloqueio institucional desses órgãos e de outros.
O líder parlamentar do PAICV, João Baptista Pereira, disse hoje que o MpD se preparava “para dar um golpe na eleição dos órgãos externos à Assembleia Nacional”, e que o maior partido da oposição aplicou um “contra-golpe em legítima defesa preventiva”.