Parlamento não aprova moção da censura do PAICV

PorSheilla Ribeiro,14 jul 2023 19:14

O Parlamento não aprovou a moção de censura apresentada pelo PAICV. Foram 38 votos contra da bancada do MpD, 32 votos a favor sendo 28 da bancada do PAICV e quatro da UCID e sem nenhuma abstenção.

Durante o discurso do encerramento, o Primeiro-ministro classificou a moção como desnecessária e desprovida de fundamentos consistentes e afirmou que a moção não teria impacto significativo, chamando os argumentos apresentados pelo PAICV de "requentados".

Correia e Silva destacou que, há cerca de 15 dias, um debate abrangente foi realizado no Parlamento, discutindo os mesmos assuntos, questões e fundamentos que agora são novamente trazidos à tona pelo PAICV.

Para o Primeiro-Ministro, o partido de oposição saiu derrotado nesse debate anterior e, mais uma vez, enfrentou uma derrota com a moção de censura.

O governante ressaltou que, desde 2016, diversos debates e interpelações foram realizados sobre temas como transparência, privatizações e concessões e frisou que a moção de censura banaliza um instrumento importante como a fiscalização dos deputados e grupos parlamentares sobre o Governo.

"Quem apresenta moção de censura deve estar pronto para se apresentar como alternativa ao Governo. Os senhores não se apresentam porque não estão preparados. Não estão preparados para governar Cabo Verde. Querem é fazer cair, mas sem terem qualquer ideia, qualquer proposta, qualquer política alternativa", afirmou Correia e Silva.

Também no seu discurso de encerramento o deputado do PAICV, Rui Semedo, esclareceu que a moção de censura apresentada pelo partido não tinha como objectivo derrubar o Governo, pois já se sabia que o MpD apoiaria “cegamente” o executivo.

Nas suas declarações, Semedo afirmou que a intenção não era fazer o Governo cair, mas sim cumprir compromissos com os cabo-verdianos em relação à transparência.

"Sabíamos que o Governo não ia cair, sabíamos que o MpD ia apoiar o Governo cegamente. E como o apoia cegamente, não o fizemos com o objectivo de fazer o Governo cair. O Governo não vai cair pela moção de censura, esse Governo, no ritmo que anda, vai cair sozinho sem qualquer moção", explicou Semedo.

Segundo Semedo, o partido não recebe lições de Ulisses Correia e Silva, o Primeiro-Ministro, em relação a esse tema, acusando de se envolver em situações em que relatórios foram ocultados, citando o Mercado de Coco, entre outros.

Já o deputado do MpD, Celso Ribeiro descreveu o PAICV como "teimoso" e enfatizou que a moção tinha apenas a finalidade de confirmar a minoria daquele partido no Parlamento e sua falta de uma alternativa viável de Governo.

Ribeiro ressaltou que a moção de censura era mais um acto falhado do PAICV contra a solução governamental liderada por Ulisses Correia e Silva, que, conforme disse, tem sido reconhecida positivamente por instituições internacionais devido ao bom desempenho económico e social do país.

"Está a provar tratar-se mais uma vez de um acto falhado contra a solução que este Governo superiormente liderado pelo Ulisses Correia e Silva, onde todas as instituições internacionais reconhecem o bom desempenho económico social deste Governo", afirmou Ribeiro.

O deputado do MpD criticou a oposição por “não ter uma direcção clara e por viajar sem rumo ou nexo, aterrando em todas as direcções”.

Mencionou a constante suspeição levantada pelo PAICV desde 2016 e destacou que essa abordagem não obteve sucesso no passado e não terá êxito no presente.

"Cabo Verde precisa de líderes positivos com ideias progressistas e reformistas, não de líderes catastrofistas, retrógrados e populistas, onde o pensamento único é o ego e o regresso a todo o custo ao poder", ressaltou Ribeiro.

A UCID, por seu turno, não fez a declaração de encerramento.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,14 jul 2023 19:14

Editado porAndre Amaral  em  9 abr 2024 23:28

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