João Santos Luís, que discursava na Assembleia Nacional, durante a sessão solene comemorativa do 13 de Janeiro, Dia da Liberdade e da Democracia, considerou que o país deve trabalhar a problemática da insegurança e criminalidade para garantir a “livre circulação e tranquilidade a população cabo-verdiana”, por um lado, e, por outro, a atração de mais investimentos e promoção do desenvolvimento e a diversificação da economia em Cabo Verde.
Quanto ao processo da consolidação da democracia, o líder dos democratas-cristãos defendeu uma reforma “verdadeira e efectiva” do Estado e da Administração Pública, com a revisão da Constituição da República e do Código Eleitoral, tendo também sublinhado a massificação da formação profissional na camada jovem com destaque para os grupos mais vulneráveis.
Segundo defendeu o político, não se pode falar da democracia e liberdade se todo o sistema não funcionar em pleno.
“Urge que sejam adotadas medidas concretas, objectivas, palpáveis que façam as pessoas acreditar na democracia e terem a nítida percepção de que a política é missão que se desempenha com denodo, seriedade, dedicação” notou, acrescentando que as âncoras do sistema democrático deverão ter o mesmo desempenho para a defesa do bem comum e dos interesses dos cidadãos.
João Santos Luís indicou que a falta de recursos não justifica a não clarificação das diversas questões levantadas com o caso do antigo deputado Amadeu Oliveira, preso na cadeia de Ribeirinha, São Vicente, e reiterou que um poder judicial que “implanta dúvidas” não contribui para a “afirmação da liberdade e democracia”.
“E outrossim, abre caminho a suspeições e leva a que se instalem o cinismo e o desrespeito em relação aos políticos e ao país”, advertiu o presidente da UCID.
“Ao fim destes 47 anos de experiência e maturação, como país independente, o sistema democrático precisa urgentemente de seguir novos caminhos, já que assistimos desvios que se perpetuarem, serão catastróficos”, advogou João Santos Luís.
O político lembrou que nos dias actuais tem prevalecido práticas manifestantes contra a democracia e as liberdades individuais e apela ao Governo a abertura para mais diálogos, rigor e melhorias na prestação de contas ao país.
“Precisamos reavaliar e sintonizar com o momento actual, pois as democracias que não estabelecem limites para a actuação do estado, e permitem o não respeito aos direitos dos cidadãos, não são melhores que as velhas ditaduras”, defendeu.
João Santos Luís finalizou alertando aos cabo-verdianos que a defesa da liberdade e democracia é uma tarefa de todos e apelou à melhoria da democracia em prol de mais e melhor liberdade e com respeito a ética republicana.