As declarações de João Santos Luís foram feitas na sequência do pronunciamento do líder parlamentar do MpD, Paulo Veiga, que esta semana disse, em entrevista à rádio pública, que os políticos em Cabo Verde são mal remunerados em relação às responsabilidades que desempenham.
“A UCID não vai ceder e não vai posicionar a favor desta questão enquanto a situação dos trabalhadores a nível nacional não for resolvida. É por isso mesmo que nós temos vindo a pedir ao Governo uma redefinição da tabela salarial que traduza um equilíbrio salarial a nível do país. Nós sabemos que, pelo menos nesta legislatura, os nossos votos podem não ter impacto na aprovação de uma eventual lei sobre a revisão salarial da classe política”, afirma.
O posicionamento da UCID foi reafirmado numa conferência de imprensa convocada para denunciar a situação laboral dos funcionários da Câmara Municipal de São Vicente. Em causa, a não implementação do reajuste salarial, na sequência dos aumentos de 1% a 3,5% em vigor desde 1 de Janeiro deste ano.
“Mesmo considerando mísero o reajusto salarial determinado pelo governo através do OE2023, os colaboradores da Camara municipal ainda não viram a cor da implementação desta medida, pelo que, pergunta-se qual a verdadeira razão do senhor presidente da Camara de São Vicente em não autorizar o pagamento desse reajuste salarial aos colaboradores desta instituição?”, questiona João Luís.
O líder da UCID pede a actuação da Inspecção-geral do Trabalho para pôr cobro a situação.
“Temos a Inspecção-geral do Trabalho que deve, efectivamente, fazer este trabalho e ver o que é que se está a passar. Penso que, eventualmente, outras câmaras ainda não assumiram este compromisso do Orçamento de Estado”, entende.
Na conferência de imprensa, João Santos Luís voltou a chamar a atenção para a situação dos Bombeiros Municipais, no que diz respeito ao número de efectivos e questões salariais.