PAICV pede responsabilidades políticas pelo incêndio na Serra Malagueta

PorSheilla Ribeiro,13 abr 2023 11:40

O PAICV afirmou hoje que as responsabilidades políticas devem ser assumidas no incêndio que deflagrou no passado dia 1 em Serra Malagueta, independente das eventuais responsabilidades civis e criminais, que, no seu entender, devem ser apuradas num inquérito independente.

Durante a declaração política do partido, a deputada Carla Carvalho exigiu contas e afirmou que o país não aceita a “tentativa de terceirizar responsabilidades”, por entender que o Governo abandonou o sector agropecuário e florestal, deixando o mundo rural a caminhar a passos largos para o colapso social e ambiental.

“Este Governo desmantelou e descapitalizou as políticas voltadas para o proteção e valorização dos parques naturais. Este Governo desmantelou o serviço dos guardas-florestais no Parque Natural da Serra Malagueta. Este Governo não fez investimentos nos serviços de proteção civil. O país e os municípios da Região de Santiago Norte, em particular, estão de mãos atadas”, declarou.

Segundo o PAICV o Governo não fez investimentos na emergência médica, nos equipamentos hospitalares e nos meios de transportes para os doentes em situação de emergência e por isso, no caso concreto dos acontecimentos de Serra Malagueta, exigimos responsabilidades.

“Foi vergonhosa e desrespeitosa a atitude do primeiro-ministro, numa tentativa de comprar o silêncio e a dignidade das pessoas. As pessoas não precisam de migalhas, precisam de ver seus direitos respeitados, e de respostas para as suas demandas, e, mais importante, de medidas e comprometimento para que situações do género não se repitam”, disse.

Carla Carvalho assegurou que o país pede e espera mais investimentos e uma melhor programação política para os parques naturais, florestas, emergência médica, segurança laboral e protecção civil assim como nos meios para acudir, em segurança, as emergências, crises e catástrofes.

Por sua vez, o deputado do MpD, Celso Ribeiro, apelou ao Estado que continue a apoiar os militares que sobreviveram ao acidente que vitimou oito militares que apoiavam o combate ao incêndio e as famílias das vítimas.

“Nós sabemos que os incêndios acontecem. E acontecem por vários motivos. Muitas vezes por causa natural e também pela negligência humana. E este caso foi iniciou-se com uma negligência humana e um intenso calor tornou a situação mais complicada”, discursou, parabenizando os bombeiros e a população que ajudaram no combate ao Fogo.

No entanto, sublinhou que o momento não é de “colocar ainda mais fogo” e apelou ao bom senso e a responsabilidade dos actores políticos.

“Nós devemos respeitar as acções. As Forças Armadas prontamente afirmaram que está a decorrer um inquérito. E nós desta bancada e o Governo, respeitamos as instituições e nós estamos a aguardar serenamente, mas a politização deste caso é que é vergonhoso e que é perigoso”, apontou.

Já a UCID referiu que quando acidentes acontecem devem ser tomadas como uma chamada de atenção para revisitar determinados procedimentos para que não haja repetição.

“Perder um cidadão é sempre muito trágico e quando mais são pessoas jovens, a flor de idade e que se disponibilizam para servir ao país através do serviço militar. Esperamos que esse acidente que é extremamente trágico seja devidamente esclarecido, com os dados em cima da mesa para que possamos apurar de facto aquilo que aconteceu. Não no sentido de atacar este ou aquele, mas acima de tudo para tentarmos trazer a verdade para os cabo-verdianos”, discursou António Monteiro.

Se na sequência dos esclarecimentos do inquérito for apurado que há negligência grosseira de alguém, António Monteiro afirma que aí sim se deve falar de responsabilidade e pediu ponderação dos actores políticos.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,13 abr 2023 11:40

Editado porAndre Amaral  em  7 jan 2024 23:28

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