Em conferência de imprensa proferida, em São Vicente, pelo seu líder João Santos Luís, a UCID volta a criticar o executivo pela sua actuação no contexto de crise e perante o agravamento da situação socioeconómica da população.
“Sabemos que estamos perante um Governo capitalista. Não temos dúvida disso. O Governo não consegue ver com os olhos de ver a camada mais pobre. Portanto, a melhoria da cobrança de impostos e a performance das finanças públicas estão sendo feitas à custa da inflação. O Governo pode perfeitamente reduzir a carga fiscal em determinados produtos e diminuir o sofrimento das pessoas mais pobres”, entende.
Para a UCID, o Governo, mesmo com uma considerável taxa de inflação que dia após dia degrada a qualidade de vida de milhares de cabo-verdianos, “assobia para o lado e finge que nada está a acontecer, preocupando-se somente com a melhoria da performance e arrecadação das receitas públicas”.
“O governo deve assumir a sua responsabilidade no controlo da inflação. Importa dizer que, neste momento deparamos com algum contra-senso, pois os relatórios trimestrais do governo indicam a existência de uma boa performance em termos de cobrança de impostos e consequente aumento de receitas públicas, no entanto, nada faz o governo para tomada de medidas no sentido de reduzir a carga fiscal em alguns produtos de importação e conseguir uma almofada de ar fresco para facilitar a vida dos cabo-verdianos”, refere.
João Santos Luís diz que para complicar ainda mais a vida das famílias e dos trabalhadores cabo-verdianos, o Governo “mostra-se impotente” na resolução dos vários problemas laborais existentes um pouco por todos os sectores de actividades.
“A degradação acentuada de qualidade de vida dos cidadãos cabo-verdianos, com alto custo de vida, perdendo poder de compra, face ao aumento generalizado de preços de bens de primeira necessidade, déficit habitacional, aumento de impostos, aumento de custos de transportes, a deficiente proteção de segurança social, graves problemas no sistema de saúde, sistema de educação com falta de aprimoramento, enquanto que os governantes seguem cantando aos milhões por estas ilhas e por este mundo fora”, aponta.
Apesar de reconhecer algum esforço do executivo na parte social, a UCID entende que são acções tímidas que não tiram os trabalhadores da situação em que estão a viver.