“Não podemos permitir que a nossa democracia esteja a desmoronar nas mãos de actores políticos, infelizmente, ainda com resquícios de autoritarismo. A democracia e a liberdade custaram um preço muito alto aos cabo-verdianos e todos nós temos o dever e a obrigação de preservá-la, respeitá-la, acarinhá-la e contribuirmos para a consolidação do processo democrático, e de forma nenhuma promover a sua deterioração”, alertou.
“A recente recusa da palavra a um deputado para exercer o seu direito regimental de interpelar a mesa do parlamento, por duas vezes consecutivas num curto espaço de tempo, a intervenção de um membro do governo dentro da casa Parlamentar mandando calar a boca a um deputado, a medida tirânica de expulsar da Televisão de Cabo Verde, um comentador, só porque este não proferiu as palavras bonitas que os governantes queriam ouvir, são claros e eventuais indícios de desmoronamento da democracia cabo-verdiana”, acrescentou.
O líder da UCID aponta para a necessidade de a sociedade estar atenta ao que classifica de "processo de silenciamento", sublinhando que o debate de ideias deve ser regra e não excepção.
“A UCID está disposta em tudo fazer para que não seja posta em causa a liberdade de expressão e a democracia em Cabo Verde. Importa salientar desde já que a participação cidadã, o Estado de direito democrático, a liberdade de expressão e imprensa, os direitos humanos, a transparência e prestação de contas, o pluralismo e a tolerância deverão ser considerados os principais atributos na promoção de uma boa democracia. Cabe ressaltar que a democracia é um processo contínuo e em constante evolução e é importante que tanto os governantes como os cidadãos estejam comprometidos em fortalecer esses atributos ao longo dos tempos”, advertiu.