“Não podemos perder de vista que a mensagem é proferida num contexto onde o Presidente está ainda a gerir os contornos da polémica em torno do salário (ilegal) da Srª Debora Carvalho. Pelo que tivemos o Presidente num esforço muito grande para não parecer fragilizado, e a tentar projectar a dignidade, a credibilidade e estatura que o cargo deve ter”, afirmou Luís Silva.
O Secretário Geral avança ainda que a actual situação na Presidência da República (envolvendo o salário da primeira dama), “compromete a dignidade e a integridade que deveriam ser inerentes ao cargo de Presidente da República, o guardião maior da Constituição e do Princípio Legalidade”.
No entanto ao ser questionado pelos jornalistas presentes se para ele o Presidente da República já não tem “a dignidade e integridade” para exercer o cargo, Silva responde:
“Estamos a dizer que neste momento o cargo de Presidente da República de Cabo Verde está exposto a um contexto que claramente fragiliza o cargo e expõe a credibilidade e a dignidade do cargo (…), quando temos um Presidente que falha em proteger os Direitos, em proteger a constituição e o princípio da legalidade temos um Presidente que esta sim fragilizado”.
Luís Silva afirmou ainda que José Maria Neves fez um discurso “marcado por um foco excessivo nos problemas” ignorando as conquistas alcançadas, entre as quais destacou melhorias nos transportes, a recuperação da TACV, a redução da dívida pública, entre outros.
Segundo Silva, a pobreza é uma realidade que vem sendo “acumulado ao longo de vários anos”, mas “o governo apoiado pelo MpD implementou o maior Estado Social de sempre em Cabo Verde, num investimento de cerca de 12 milhões de contos anos. Para 2024, vai-se reforçar ainda mais a capacidade de intervenção do governo no sector social, com um incremento em cerca de 600 mil contos provenientes do “Fundo Mais”. O objectivo, como tem sido frontalmente assumido, é erradicar a pobreza”, frisa.
Silva afirmou ainda que o governo mantém um diálogo aberto graças a qual se conseguiu alcançar um acordo com o sector da saúde e que se vai seguir o mesmo caminho para o sector da educação, sector este que diz esperar contar com a colaboração do Presidente da República.
“Neste particular, esperamos solidariedade da parte do Presidente da República por ser conhecedor dos problemas e pelo facto de grande parte dos problemas (a maior parte) terem sido herdados da sua governação”, justifica Silva.