A parlamentar considera que o acesso e a disponibilização de água à população não deve ser analisado apenas numa logica de ter ou não uma ligação à rede publica.
“Todavia entendemos que o acesso à água potável não deve ser analisado exclusivamente numa logica de ter uma ligação ou estar ligado à rede publica ou de ter um chafariz nas proximidades. Pensamos que é necessário considerar a disponibilização desse bem, pelos serviços de distribuição, e mais ainda, cuidar a sua qualidade. Têm sido frequentes as queixas da população, nas diferentes ilhas, sobre esses dois pontos, a disponibilização e qualidade. Embora reconhecemos tenham sido feitos progressos significativos para alcançar o acesso universal à água ainda há enormes lacunas na qualidade dos serviços prestados, por exemplo, há zonas ainda sem ligação à rede publica, em outras, as pessoas passam semanas sem água na rede”, afirma
Zilda Oliveira sublinha que é importante garantir que a água disponibilizada não oferece risco à saúde pública.
“É que se não se fizer um investimento efetivo em termos de disponibilização e em termos da qualidade, a longo prazo nós teremos outros custos, com problemas de saúde porque a água tem impacto directo. Portanto, é importante criar respostas para todas as ilhas em termos de disponibilização e qualidade de água. Nós temos, por exemplo, constatado que tem vindo a aumentar o número de doentes em hemodiálise, com problemas de rins. Nós questionamos até que ponto isso não tem a ver com a qualidade da água”, refere.
Noutra frente, a União Cabo-verdiana Independente e Democrática pede a conclusão do projecto na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Ribeira de Vinha, em São Vicente.
“E nós temos, sistematicamente, vindo a reivindicar a necessidade de se trabalhar a purificação dessa água. Porque nós ouvimos que falta uma última fase desse processo de purificação, que acaba por pôr em causa a qualidade da água que é fornecida aos agricultores e que acaba por ter também o seu impacto. Não é em termos da saúde das pessoas. Nós temos, portanto, nós iremos levar novamente essa preocupação ao Governo relativamente à necessidade de se trabalhar para fechar esse processo do ETAR de Ribeira de Vinha”, alerta.
De recordar que em 2019 foi anunciada a implementação de um projecto que visava a utilização de águas residuais, após tratamento, para a agricultura, numa iniciativa financiada pela FAO e executada pela delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente.