Afirmações de Rui Semedo esta manhã. à margem do Colóquio Internacional intitulado “No Centenário de Amílcar Cabral, África enfrenta os efeitos de uma ordem mundial em mudança: Qual o papel da Esquerda Democrática nesse contexto”, que decorreu num dos hotéis da cidade da Praia, organizado pelo PAICV, em parceria com a Fundação Jean Jaurés.
Segundo o presidente do PAICV, este colóquio tem como objectivo formar e promover o intercâmbio entre os seus dirigentes, militantes e amigos com os representantes internacionais da República Centro Africana, Tchad, Mali, para juntos compreenderem melhor o que se está a passar no mundo e como formular estratégias para defender os interesses de cada país africano presente.
“A África tem um papel fundamental e tem oportunidade de aproveitar a reconfiguração dos poderes mundiais para reforçar a sua influência e promover o seu desenvolvimento. E isto pode-se conseguir através de diálogos entre as nações”, afirmou Rui Semedo.
“O mundo está em processo de grande e rápida de transformação e estamos desafiados a agir para sermos actores activos deste processo transformacional e encontrarmos os espaços de transformação", frisou.
Neste aspecto defendeu que neste “mundo de incertezas”, socorrer à ideia de Amílcar Cabral, sobretudo, no pensar para agir e de agir para melhor pensar ou também dar uma outra ideia de pensar com a cabeça de cada indivíduo, constrói-se um caminho mais justo, livre e democrático.
“Temos colocado desafios enquanto partido da esquerda democrática de agir para influenciar as transformações e fazer vincar os valores da paz, da liberdade, igualdade, justiça e da solidariedade”, assegurou.
Para este político, este colóquio é uma oportunidade para apontar pistas, para se descobrir as falhas e saber como corrigi-las, para estabelecer um novo rumo “mais alinhado” com os princípios e valores vinculados por razões da ordem política e ideológica.
No que tange aos desafios asseverou que os desafios são múltiplos, nomeadamente, as questões climáticas e ambientais e outras questões relacionadas com as dinâmicas políticas e geoestratégicas, que, conforme afirmou, eventualmente poderão estar na origem dos vários conflitos.
Por isso, afiançou que o PAICV, com “forte” responsabilidade que tem, “não pode ignorar” perante esses novos desafios, mas sim deve preparar-se para que Cabo Verde possa ter a sua própria agenda, bebendo da sua experiência.
Por seu turno, o representante da Fundação Jean Jaurés disse que a África perde um pouco na rivalidade e concorrência, por isso, disse, este continente tem de ver como pode se emancipar e se afirmar nas relações internacionais.
“A resposta não é fácil e evidente, por isso, é preciso colaboradores livres e equilibrados em que o próprio país tem que impor o seu ponto de vista de como pode se organizar as suas relações internacionais estando emancipado e se afirmando”, explicou.
A nível de Cabo Verde, enfatizou que Cabo Verde tem que saber impor a sua estratégia para se posicionar em parceria com outros colaboradores, mas com a sua própria independência.