PAICV encara relatório da IGF como tentativa de condicionar os poderes do Presidente

PorAnícia Veiga, Rádio Morabeza,16 ago 2024 14:14

​O presidente do PAICV, Rui Semedo, considera que o relatório da Inspeção Geral do Finanças ( IGF), que diz que o salário da primeira-dama é ilegal, surge num determinado contexto e numa tentativa de condicionar os poderes Presidente da República

O presidente do PAICV, Rui Semedo, considera que o relatório da Inspeção Geral do Finanças ( IGF), que diz que o salário da primeira-dama é ilegal, surge num determinado contexto e numa tentativa de condicionar os poderes Presidente da República.

O líder do maior partido da oposição fez estas declarações, hoje à imprensa, na cidade da Praia, em reação ao documento divulgado pela Inspecção Geral das Finanças na última semana, que recomendou a devolução de cerca de 5.300 contos pagos, em dois anos, ao cônjuge do chefe de Estado.

“Surgiu num contexto em que o Primeiro-ministro disse que já tinha entregue o plano Cargos, Carreiras, Funções e Remunerações dos professores à Presidência da República para promulgação. Isso surgiu num contexto de insatisfação dos professores e surgiu também com algumas declarações do Presidente da República, designadamente em que iria ouvir os representantes da classe docente (...), então tinha que haver alguma acção para condicionar ou tentar condicionar o Presidente da República. Entendo esta atitude como uma tentativa de condicionamento e uma tentativa de silenciamento do Presidente da República, ao mesmo tempo que é uma tentativa de condicionar os poderes do Presidente da República”, afirmou.

Rui Semedo entende que o próprio Presidente da República já tinha levantado a hipótese de pedir uma inspeção à presidência da República e que em caso de irregularidades com o salário, já tinha assumido a responsabilidade de o repor.

O presidente do PAICV considera que o Governo também deveria ser submetido a uma fiscalização rigorosa.

“Todas as instituições, a começar pelo Governo. O Governo deve pegar neste facto e submeter também a uma fiscalização rigorosa. Acho que se o Governo, através do Primeiro-Ministro e do Vice-Primeiro-Ministro, não tomar esta iniciativa de dizer bom, nós também nos submetemos à fiscalização, estará a dar um mau exemplo à nação e estará, digamos, a esconder-se atrás de alguns factos”, frisou.

Rui Semedo entende que existe uma tentativa de perseguição à primeira dama, Débora Carvalho.

“Há uma tentativa de perseguir, de violentar. Há uma violência contra a pessoa em si, diretamente. Há uma violência contra as famílias. Há um terrorismo que se está a desencadear em relação à pessoa, e que, inclusive, já fez vítima. E ninguém se esqueceu disso. E ignora-se totalmente uma realidade social que existe em Cabo Verde”.

O relatório da Inspeção Geral das Finanças, recentemente publicado, mostra irregularidades no que diz respeito ao pagamento de um salário no valor ilíquido de 310.606 escudos mensal, no período de 01 Janeiro de 2022 a 31 Dezembro de 2023 à primeira Dama e pede que o valor no total de 5.396.352 escudos seja reposto.

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Autoria:Anícia Veiga, Rádio Morabeza,16 ago 2024 14:14

Editado porAndre Amaral  em  2 dez 2024 23:28

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