O líder do maior partido da oposição falava à imprensa, em Assomada, Santa Catarina, no final da sua visita de três dias que contemplou ainda os municípios de São Lourenço dos Órgãos, São Salvador do Mundo e São Miguel, onde manteve contacto directo com a população e encontros com os agricultores e operadores económicos.
“Constatamos que não há investimentos na agricultura, na pecuária e na pesca, o que significa que o sector primário está a ficar para trás. Se o sector primário ficar para trás estaremos a deixar as pessoas para trás”, disse o também deputado nacional.
Daí, disse acreditar, que o investimento no sector primário (agricultura, pesca e pecuária) vai ajudar melhorar os indicadores de desenvolvimento de Santiago Norte, recuperar a região e colocá-la ao nível da dinâmica nacional e fixar jovens.
Segundo disse, tendo em conta que a emigração juvenil não pára de crescer na região, com o ano agrícola em perspectiva, vai faltar mão-de-obra para os trabalhos da agricultura.
De entre as preocupações, apontou ainda a falta de médicos no Centro de Saúde de São Lourenço dos Órgãos, degradação do mercado municipal de Achada Riba, em Assomada, Santa Catarina, e desemprego em todos os quatro municípios visitados acompanhado de deputados nacionais e municipais, bem como de dirigentes locais e regionais do PAICV.
Daí, defendeu uma governação “mais sensível” aos problemas, necessidades de dificuldades da população.
É que, segundo ele, o tão propalado crescimento económico do País não tem gerado emprego, tendo em conta que as pessoas estão sem rendimento.
Sobre o mercado municipal de Achada Riba, Rui Semedo pediu “mais sensibilidade” ao poder local e central para criarem mais condições para que este espaço que vende tanto produto de primeira necessidade como comidas funcione com dignidade e com higiene.
“Entendemos que o poder local deve estar mais sensível e não deixar degradar meios fundamentais que são para a produção de riqueza nacional”, insistiu Rui Semedo, numa alusão ao mercado municipal de Achada Riba.
Na ocasião, o líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) apelou aos munícipes destes quatro concelhos, governados pelo Movimento para a Democracia (MpD, poder) para que mudem o poder local.
“Tenho a certeza que se o PAICV for poder nos municípios de Santa Catarina, São Lourenço dos Órgãos, São Salvador do Mundo e São Miguel os mesmos vão sofrer novos desenvolvimentos e vão realizar as potencialidades que têm no sector primário”, defendeu.
A título de exemplo, apontou Tarrafal e Santa Cruz, cujas câmaras são geridas pelo PAICV, que no seu entender, têm dado um sinal e demostrado que é possível criar as condições para o desenvolvimento local.