“Nestes tempos conturbados e difíceis para os migrantes, encorajo as autoridades governamentais a continuarem a trabalhar no sentido da defesa e protecção dos direitos e interesses dos cidadãos cabo-verdianos na diáspora, em estreita cooperação com as organizações não governamentais e os governos dos países de acolhimento”, declarou.
José Maria Neves sublinhou ainda a importância do tema escolhido para este ano, “As contribuições dos trabalhadores migrantes em todo o mundo”, que enaltece o papel dos migrantes no progresso social e económico global.
Para o Chefe do Estado, os cabo-verdianos espalhados pelo mundo desempenham um papel fundamental no desenvolvimento do país.
“Estima-se que a contribuição da diáspora para o PIB seja superior a 25%”, destacou, acrescentando que, para além das remessas financeiras, as ideias e os conhecimentos trazidos pelos migrantes têm sido essenciais para a modernização e melhoria dos serviços públicos em Cabo Verde.
No entanto, o Presidente não deixou de lembrar os desafios enfrentados pelos trabalhadores migrantes, como a discriminação e as condições laborais precárias, reforçando a necessidade de políticas inclusivas.
Por outro lado, José Maria Neves elogiou o impacto positivo dos imigrantes em Cabo Verde, que contribuem com 4,2% para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
“Cabo Verde, com a sua tradicional morabeza, deve acolher todos aqueles que escolheram viver ou trabalhar aqui, promovendo uma sociedade cada vez mais inclusiva”, disse.
Segundo a Organização Internacional para Migrações (OIM), há cerca de 300 milhões de migrantes em todo o mundo. As remessas enviadas por estes trabalhadores aumentaram mais de 650% entre 2000 e 2022, alcançando 831 mil milhões de dólares, superando os investimentos estrangeiros diretos em muitos países em desenvolvimento.