“O défice em recursos humanos resulta claramente de um crescimento que nós tivemos nos últimos anos, em termos de infraestruturas colocadas à disposição da população cabo-verdiana, da complexidade dos recursos, dos equipamentos e da procura cada vez maior por profissionais”, afirmou Jorge Figueiredo no parlamento durante o período de perguntas dos deputados.
Apesar do reforço já feito entre 2022 e 2024, período em que foram integrados 1.531 profissionais de saúde, incluindo 78 médicos, 619 enfermeiros e 154 técnicos de nível 1, o ministro sublinha que a preparação de médicos e técnicos exige mais tempo do que a construção de infraestruturas ou a aquisição de equipamentos.
“Se por um lado a infraestrutura depende do financiamento, mas não é tão difícil de resolver, e se os equipamentos também dependem apenas de um processo de aquisição, a preparação dos médicos e dos técnicos de saúde levará com certeza mais tempo”, explicou.
Em 2024, foram já integrados 272 profissionais, entre os quais 42 médicos e 47 enfermeiros.
Para 2025, está a ser feito um levantamento detalhado das necessidades, tendo em conta a nova Carta Sanitária e os perfis epidemiológicos e demográficos de cada região, incluindo a Ilha do Sal.
Além dos novos quadros a recrutar em Cuba, o Ministério da Saúde já identificou 16 especialistas e 35 médicos de clínica geral que se encontram fora do sistema e que serão integrados.
Jorge Figueiredo afirmou ainda que a aposta em médicos especialistas é prioritária para garantir o funcionamento dos hospitais centrais e regionais. “Pretendemos dotar este ano, ainda, se possível com cooperação internacional e não só, com mais cerca de 70 médicos especialistas”, acrescentou.