Em conferência de imprensa para balanço da reunião camarária, o vereador António Duarte apresentou a posição dos eleitos do PAICV, que rejeitam a proposta de realizar o Festival da Baía das Gatas em quatro dias — entre 14 e 17 de Agosto. O autarca defende que o evento deve manter o formato tradicional de três dias.
“Nós entendemos que é um exagero nós termos quatro dias de festival. Mas mais do que quatro dias, para além de problemas sociais que acabam por causar, de consumos diversos, existem prioridades. O argumento é o feriado de sexta-feira, dia 15 [de Agosto]. O orçamento, nós mostramos que é um orçamento irreal. 20 mil contos não são sequer o orçamento da logística do festival. É parte do orçamento que a Câmara disponibiliza para o festival. Agora, queremos o orçamento do evento com o financiamento dos patrocinadores e financiadores e isso não nos foi facultado”, diz.
Quanto ao cartaz do festival, o PAICV afirma que, segundo informações transmitidas pelo presidente da câmara, decorrem conversações, mas ainda não há confirmações oficiais. Entre os nomes apontados estão Tito Paris, Kassav, Julian Marley, Assol Garcia, Ceuzany, Cremilda Medina, Anselmo Ralph, Projecto Raça Mau, sob coordenação de Elji Beatzkilla, Garry, Dieg, Neyna, Djodje e Hélio Batalha.
“Pela boca do presidente, são conversas, não existem confirmações. E a nossa preocupação vai nesse sentido de, a 28 dias do Festival da Baía das Gatas – com todas as dificuldades que nós temos, de transporte, de reservas, toda a questão logística à volta do festival –, não termos confirmação, porque aquilo que é o nosso sentimento é que não temos confirmação de um único nome desse cartaz”, refere.
Autarcas denunciam problemas de saneamento, terrenos e condições laborais
Durante os trabalhos, os vereadores do PAICV dizem ter manifestado preocupação com várias questões, nomeadamente o saneamento, a falta de equipamentos de protecção individual para os trabalhadores e a gestão de terrenos no município.
“Orçamentos, compromissos não honrados pela Câmara Municipal, duplicação e muitas vezes triplicação de venda de terrenos, licenças de táxis, a questão do saneamento que tem a ver com a rede pública de esgotos, que na nossa perspectiva está mais do que no limite da sua capacidade e precisa de ser redimensionada. A questão de equipamentos de segurança em serviços de saneamento. O pessoal afecto ao cemitério municipal mostrou algum descontentamento e alguma preocupação pelo serviço que prestam e estarem sem equipamentos de protecção”, aponta.
Quanto à ligação do edifício da FAED à rede pública de esgotos, António Duarte diz que o presidente garantiu que a edilidade vai avançar com a ligação imediata.
Por outro lado, o PAICV manifestou surpresa com uma proposta apresentada na reunião da câmara relativa ao assentamento provisório para as vendedoras do Mercado de Peixe, necessária para o início das obras de ampliação. O partido pediu a retirada do ponto da agenda, devido ao valor de mais de sete mil contos e à falta de informação detalhada sobre o projecto, que foi adjudicado directamente a um empreiteiro.