O porta-voz, António Duarte, falou à imprensa depois de mais uma sessão camarária em que o PDM, cujo processo de elaboração se encontra na fase de lançamento do concurso, esteve em debate.
“O Plano Diretor deverá ser portador de uma visão futurista dessa ilha. O Plano Diretor Municipal de São Vicente não poderá, de forma nenhuma, abrir mão de um grande projeto de reforma estrutural de um projeto de correção torrencial, a montante e a jusante. Principalmente a montante, haveremos que trabalhar de forma consistente, com critérios técnicos rígidos, para que a cidade, e não só, porque também nós temos as zonas periféricas, as zonas costeiras de Salamansa, de São Pedro, de Calhau, que também têm que ter, sim, áreas de proteção torrencial”, defende.
O autarca defende uma revisão e implementação urgente da próxima fase do plano sanitário e sublinha a necessidade de reforçar a rede de esgotos existente. António Duarte considera ainda indispensável que o Plano Diretor Municipal salvaguarde uma nova abordagem à mobilidade, em todos os níveis.
“Deveremos pensar a nossa forma de mobilidade, pensando numa visão de futuro, mobilidade dos pedestres, mobilidade viária, mas mobilidade dos ciclistas também. Introduzir uma nova forma de circulação na cidade. Permitir que hajam zoneamentos claros, zonas de intervenção claras com funções específicas. Áreas de edificações com volumetria de 3, 4 pisos, áreas de edificações, zonas onde possam haver implantação de edificações com mais de 5 pisos, áreas de edificações para vivendas e para edifícios com apenas 1 piso, áreas industriais que se fazem necessário. Por exemplo, há uma promiscuidade a olhos vistos, onde há a ocupação de espaços residenciais por oficinas mecânicas, por exemplo, carpintarias. E são ofícios que são incompatíveis em áreas residenciais”, aponta.
O PAICV sugere ainda que o impedimento de construções em zonas de risco seja uma medida claramente prevista no Plano Diretor Municipal. Quanto às zonas já consolidadas, com habitações situadas em linhas de água ou encostas, o partido propõe a adoção de medidas paliativas.
“As zonas que estão consolidadas, lá onde for possível a desocupação dessas zonas. Nos limites, nós teremos que ter a coragem política de operar para que essas situações sejam definitivamente resolvidas. Lá onde for possível ter alguma solução paliativa: muros de contenção. Nós temos que ter um reflorestamento para São Vicente porque também a arborização massiva vai permitir que a correção torrencial também seja efetivada”, entende.
António Duarte entende que se deve aproveitar a oportunidade para perspetivar um São Vicente do futuro. Na mesma conferência de imprensa, o PAICV voltou a lamentar a falta de informações solicitadas à edilidade, nomeadamente sobre os apoios recebidos por São Vicente após a tempestade de 11 de agosto e a sua utilização.
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