Em representação do partido no poder, José Carlos da Luz explicou que o documento está em fase de elaboração e deverá contemplar intervenções estruturantes a longo prazo.
“É um plano que vai ser trabalhado de uma forma multidisciplinar. E a Câmara Municipal, o Presidente, como órgão, está já a trabalhar nesse sentido, de forma a que possamos dar as respostas necessárias à reconstrução da ilha de São Vicente. A reconstrução definitiva deve passar por obras de drenagem, estradas duradouras, habitação e reforço da resiliência climática. Já na Câmara Municipal tínhamos aprovado um novo PDM, que é um instrumento de gestão que vai viabilizar as construções urbanas, mas também deve passar por um novo desassoreamento dos diques e pelo planeamento da drenagem das águas pluviais. Todo um trabalho que leva à drenagem em termos ambientais e urbanos, de forma a que possamos dar uma resposta a futuras catástrofes desta natureza que possam eventualmente acontecer”, refere.
O PAICV defende a necessidade de intensificar as intervenções no terreno, de forma a garantir um regresso à normalidade possível. António Duarte considera que já deveria estar concluído um plano de reconstrução, com prioridades definidas para sectores-chave e que inclua profundas reformas a todos os níveis, de modo a transformar esse processo numa oportunidade de desenvolvimento sustentável e resiliente.
“A nossa rede viária precisa de ser repensada, reforçada e reconstruída. As nossas redes de infra-estruturas de abastecimento de água e de saneamento de esgotos, a nossa rede de esgotos, precisam de ser redimensionadas. Precisamos avançar rapidamente para a quarta fase do plano sanitário do Mindelo, coordenado com os planos urbanísticos que estão na Câmara Municipal. Temos de reforçar o gabinete técnico da Câmara Municipal, os bombeiros e a protecção civil. Em termos de infra-estruturas desportivas, temos de pensar num estádio completamente novo. Quanto às infra-estruturas culturais, uma sala de espectáculos para mil pessoas. E avançar para a habitação social em zonas seguras”, defende.
Do lado da UCID, Anilton Andrade considera que a resposta tem sido lenta e que falta visão estratégica e sentido de serviço público. O representante dos democratas-cristãos defende ainda uma maior coordenação.
“Imediatamente, como medida emergencial, gostaríamos de ver um apoio real às famílias que sofreram danos a vários níveis, depois, a reabilitação das infra-estruturas, das redes de água e de energia pública, a desobstrução das vias e a limpeza pública, tudo de forma mais urgente. Em seguida, devem entrar as medidas mais estruturais, de fundo, que devem ser implementadas com uma boa coordenação, para que São Vicente realmente possa reerguer-se desta grave calamidade”, entende.
Outra questão levantada durante o debate prende-se com o Plano Director Municipal. José Carlos da Luz, do MpD, afirmou que a Câmara Municipal já aprovou a abertura do concurso para a elaboração do PDM e que a autarquia está agora a trabalhar em articulação com o Instituto Nacional de Gestão do Território e com o Ministério das Infra-estruturas, Ordenamento do Território e Habitação (MIOTH), visando o financiamento do documento, que será elaborado através de concurso público.