​Tempestade Erin: PAICV exige responsabilidade política ao presidente da Câmara de São Vicente

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,9 set 2025 14:01

O PAICV em São Vicente exigiu hoje responsabilidade política ao presidente da Câmara Municipal, Augusto Neves, pelos estragos da tempestade de 11 de Agosto. O partido sublinha que não responsabiliza o edil pelas chuvas torrenciais nem pela falta de alerta, mas não descarta a apresentação de uma moção de censura.

Em conferência de imprensa esta manhã, o presidente da Comissão Política Regional do PAICV, Adilson Graça, criticou a alegada inércia nas operações de limpeza da cidade e das comunidades, bem como na desobstrução da rede de esgotos.

O responsável político aponta falhas em ações preventivas que, segundo o partido, poderiam ter atenuado os danos.

“Temos sempre de culpá‑lo por aquilo que ele não fez ou por aquilo que fez de errado, de forma inconsequente e teimosa. Aqui, as situações que aconteceram foram muito graves, foram gravíssimas. Tivemos mortes na ilha. Tivemos mortes devido à força das águas. Tivemos mortes porque os sistemas não funcionaram. Tivemos mortes porque os diques não foram desassoreados. Tivemos mortos porque as ribeiras estão todas sujas de entulhos. Não há fiscalização nessa parte. É claro que houve uma quantidade de água a que não estamos acostumados, mas há aqui uma responsabilidade clara da Câmara Municipal. Não rejeitamos a possibilidade de apresentar uma moção de censura ao presidente da Câmara”, diz.

O responsável político atribui o agravamento dos danos da tempestade Erin a construções clandestinas, habitações em zonas de risco, assoreamento das vias de escoamento e falta de manutenção preventiva da rede de esgotos.

Adilson Graça alerta para a insuficiência de meios de saneamento e salienta que esgotos, entulhos e águas estagnadas continuam a pôr em risco a saúde pública, favorecendo a proliferação de mosquitos.

“Na maior parte das zonas, as situações ainda são complicadas. O centro da cidade tem um pó de terra incrível, o centro da cidade tem lamas acumuladas e hoje secas, de tal forma que, quando um carro passa, os transeuntes não conseguem permanecer. O centro da cidade continua com os rodos a céu aberto. A zona da Bela Vista está um caos. Ribeirinha, Chã de Alecrim, Maderalzinho, lá em cima, no Alto de Brava. Não é possível que estejamos nesta situação um mês depois e não se queira assumir responsabilidades. Aqui, nem estamos focados em assacar responsabilidade pelo que aconteceu. Queremos assacar responsabilidade pelo que não está a acontecer hoje, que seria a limpeza e o desentupimento dos gotejamentos em São Vicente”, aponta.

A chuva torrencial de 11 de agosto fez nove vítimas, entre elas quatro crianças, e deixou duas pessoas ainda desaparecidas. A tempestade destruiu infraestruturas, casas, estabelecimentos comerciais e deixou um rasto de grande destruição em São Vicente. O PAICV defende que as responsabilidades não se esgotam ao nível da Câmara Municipal.

“E aqui pedimos que outras instituições da República, outros órgãos de soberania, desempenhem o seu papel, porque há responsabilidades que devem ser assacadas. Tivemos um elevado nível de destruição em termos de materiais e bens. Muitas pessoas perderam tudo o que tinham, muitas empresas perderam tudo o que tinham, mas também perdemos muitas vidas. Há responsabilidades a assacar, e estas devem ser assacadas a quem de direito, por quem de direito também”, defende.

O PAICV em São Vicente acusa a autarquia de não ter conseguido, um mês após a calamidade, proceder à limpeza adequada do centro da cidade e de várias zonas periféricas, nem dar resposta ao problema dos esgotos a céu aberto.

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,9 set 2025 14:01

Editado porAndre Amaral  em  12 set 2025 17:19

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