Em declarações â imprensa no âmbito da auscultação feita nos últimos dias aos partidos políticos, instituições religiosas, organizações da sociedade civil e antigas altas figuras do Estado sobre a conjuntura política.
O Chefe de Estado sublinhou que, para um pequeno Estado insular, com a vulnerabilidade e sensibilidade próprias de Cabo Verde, o caminho passa pelo reforço do multilateralismo.
“Cabo Verde sempre nas Nações Unidas defende o multilateralismo, o respeito pela Carta das Nações Unidas, o respeito pela soberania dos Estados e o respeito pela integridade territorial”, afirmou.
Segundo José Maria Neves, o fortalecimento desse compromisso representa uma garantia para países de pequena dimensão.
“Para um pequeno Estado insular como o Cabo Verde, deve trabalhar no sentido do reforço do multilateralismo, que está claramente em crise, do respeito pelo direito internacional, desde logo de respeito pela Carta das Nações Unidas e pelas resoluções das Nações Unidas. Essa é uma garantia dos pequenos Estados como o Cabo Verde”, frisou.
O Presidente recordou que Cabo Verde se encontra entre os países que há várias décadas reconheceram oficialmente o Estado da Palestina.
“Quanto à posição de Cabo Verde, desde 1988 reconheceu o Estado da Palestina. E, portanto, nós estamos do lado dos países que já reconheceram o Estado da Palestina, e queremos trabalhar para afastar os extremismos, promover o diálogo, fazer tudo para que haja negociações, solução negociada dos conflitos, para poder haver paz, para poder haver respeito aos direitos, às liberdades do povo palestiniano e assim poder haver desenvolvimento”, declarou.
Na sua intervenção, José Maria Neves sublinhou que a existência de dois Estados que convivam pacificamente constitui a via para a resolução definitiva do conflito israelo-palestiniano.
“É também o respeito por todas as decisões que as Nações Unidas têm tomado desde a década de 40 do século passado. A existência de dois Estados que devem trabalhar, afastando os extremismos de todos os lados”, disse.
O Chefe de Estado esclareceu igualmente que não existe qualquer conflito em torno da representação de Cabo Verde nas Assembleias Gerais das Nações Unidas. Segundo explicou, o país tem uma prática de alternância entre o Presidente da República e o Primeiro-Ministro.
“Há uma decisão, desde há muito, em como na Assembleia Geral das Nações Unidas o país será representado alternadamente pelo Presidente da República e pelo Primeiro-Ministro. Portanto, um ano vai o Presidente da República e no outro ano seguinte vai o Primeiro-Ministro. Estive na Assembleia Geral, na Cimeira do Futuro, no ano passado e este ano foi o Primeiro-Ministro. Portanto, não há nenhuma crise e nenhum problema, nenhum conflito relativamente a esta matéria”, assegurou.
José Maria Neves acrescentou que essa articulação é resultado da concertação permanente entre os órgãos de soberania.
“Há sempre consertação entre o Governo e o Presidente da República, particularmente na área das relações externas”, afirmou.
Para José Maria Neves, a defesa da paz, do diálogo e do respeito pelos direitos e liberdades fundamentais deve permanecer no centro da ação diplomática cabo-verdiana.
O Chefe de Estado frisou ainda que Cabo Verde continuará empenhado no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030, integrando este esforço numa política externa baseada no multilateralismo e no direito internacional.