Em conferência de imprensa realizada hoje para o balanço do ano que está a chegar ao fim, o presidente dos democratas-cristãos, João Santos Luís, afirmou que as políticas económicas não contribuíram para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
“O ano de 2025 foi marcado por dificuldades profundas que não podem ser ignoradas. O aumento contínuo do custo de vida, em particular dos bens essenciais, motivados tanto pelo contexto externo, como pela conceção e aplicação de uma política fiscal inimiga do ambiente de negócios, exerceu efetivamente forte pressão sobre o rendimento das famílias cabo-verdianas. Para milhares de cabo-verdianos, o crescimento económico anunciado pelo governo não se traduziu em melhoria concreta das suas condições de vida, não chegou à mesa das famílias, nem aliviou a angústia quotidiana de quem vive do seu trabalho”, diz.
Para a força política, 2025 foi igualmente marcado pela instrumentalização do Estado, por uma elevada carga fiscal, tanto sobre os produtos de importação como sobre as pequenas e médias empresas e os bens essenciais, bem como por uma elevada dívida pública. Por outro lado, João Santos Luís refere que o país manteve a sua estabilidade institucional e democrática, registando também crescimento económico.
“No entanto, é preciso afirmar com clareza que esse crescimento não foi suficientemente inclusivo, não reduziu desigualdades estruturais e não melhorou de forma significativa a vida de muitos cabo-verdianos, especialmente nas zonas mais periféricas e no meio rural. O emprego jovem continua marcado pela precariedade, os serviços públicos apresentam desigualdades significativas no acesso e na qualidade de direitos fundamentais como a habitação condigna, a saúde a segurança e a educação”, aponta.
Para 2026, o líder partidário espera que não seja mais um ano daquilo a que chama “promessas repetidas nem promessas ilusórias”.
“Deve ser um ano de mudança responsável, de correção de rumos e de reforço da coesão nacional. O nosso país tem potencial, tem recursos humanos de qualidade e tem uma forte identidade solidária. O que tem faltado é visão estratégica de longo prazo, coragem para fazer escolhas difíceis e uma clara prioridade às pessoas, às famílias e ao bem comum”, refere.
João Santos Luís afirma que Cabo Verde precisa de uma democracia cuidada, na qual o futuro seja construído com responsabilidade. Sendo um ano eleitoral, o presidente da UCID espera que 2026 seja de “escolhas equilibradas, de forma a proteger a democracia e garantir um futuro mais justo para todos os cabo-verdianos”.
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