PAICV diz que Icelandair não está interessada no lucro da CVA

PorAndre Amaral,21 ago 2019 12:14

Julião Varela, PAICV
Julião Varela, PAICV

Secretário Geral do PAICV levantou hoje a hipótese de a Icelandair, que detém 51% do capital da CVA, não estar interessada que a Cabo Verde Airlines (CVA) tenha lucro. Para o maior partido da oposição, o objectivo é ganhar dinheiro com o aluguer dos aviões.

"Para a Icelandair, dar lucros ou prejuízos, tanto faz", acusou o Secretário Geral do PAICV, Julião Varela.

"O ganho da Icelandair na CVA não estará pelos lucros da empresa, mas sim pelos benefícios da renda/aluguer dos aviões. Afinal, por cada um dos seus Boeings, retirados da circulação no quadro da substituição da frota na Islândia, ganha USD 3.800 por cada hora de voo, desde já fixado um mínimo de 300 horas por mês, ou seja, um total de USD 1. 140 000, enquanto a prática internacional, em iguais circunstâncias, regista, por exemplo, o montante de USD 480.000 / mês para um Boeing 787", acrescentou Varela na conferência de imprensa realizada hoje na sede do partido.

Segundo Julião Varela "não é difícil entender que, quanto mais aviões a Icelandair colocar ao serviço da CVA, mais ganha pela via do aluguer. Não importa a taxa de ocupação dos voos, não importa a rentabilidade dos destinos abertos. Interessa ter cada vez mais aviões".

Também as políticas do governo no sector dos transportes marítimos foram criticadas pelo maior partido da oposição que acusa o governo de "ter administrativamente afastado os armadores nacionais do concurso para a concessão de transportes marítimos inter-ilhas", para depois tentar "remediar o mal, patrocinado a entrada de alguns armadores com o capital social de 49%".

Agora, prosseguiu o Secretário Geral do PAICV, o governo "magistralmente dá uma machada na empresa que nos últimos anos deu um grande contributo para a ligação entre as Ilhas de Cabo Verde, a Cabo Verde Fast Ferry, um investimento, outrora muito estimado, de emigrantes cabo-verdianos".

"Para espanto e surpresa de todos, o Governo acaba de nacionalizar a Fast Ferry, ou seja comprou todas as acções dos privados o que quer dizer que o Governo é agora dono dos três barcos da Fast Ferry, agora colocados, pelo Governo a disposição da Transinsular, apesar de terem sidos considerados inadequados para os nossos mares. Não deixa de ser estranha essa reviravolta. É que, poucos dias atrás estava tudo acertado em como a Fast Ferry iria colocar os seus três navios em regime de aluguer à Cabo Verde Inter-Ilhas", avançou Julião Varela.

A Icelandair tornou-se accionista maioritária da Cabo Verde Airlines no ano passado, altura em que o Estado passou para a companhia aérea islandesa 51% do capital da transportadora aérea cabo-verdiana, já a Cabo Verde Inter-ilhas é a concessionária dos transportes marítimos em Cabo Verde e é constituída pela empresa portuguesa Transinsular, que detém a maioria do capital, e por um conjunto de armadores nacionais.

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Autoria:Andre Amaral,21 ago 2019 12:14

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  14 mai 2020 23:21

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