“Já tomamos a iniciativa e já está em curso o trabalho, no sentido de fazer uma auditoria, apurar os dados todos e depois apresentar, digamos, o nosso resultado de auditoria. Não posso avançar mais nada”, disse João Da Cruz Silva aos jornalistas, após entregar o parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2021.
Questionado sobre a decisão do Presidente da República de suspender as remunerações da Primeira-dama, João Da Cruz Silva preferiu manter a cautela e afirmou não querer pronunciar antecipadamente antes da decisão do Tribunal.
O presidente do Tribunal de Contas enfatizou a necessidade de evitar especulações, considerando o caso como "um bocadinho melindroso" e destacou que o Tribunal está comprometido em realizar uma análise imparcial antes de apresentar os resultados ao país.
Sobre a possibilidade de criar um estatuto específico para a Primeira-dama, João Da Cruz Silva foi claro ao afirmar que essa é uma questão a ser resolvida pelos políticos.
"O estatuto da Primeira-dama acho que é uma questão que os políticos devem resolver. O Tribunal não pronuncia sobre isso. Os políticos decidem. Nós simplesmente vamos ver se a lei está ou não a ser aplicada."
De referir que a polémica surgiu ao ser revelado que a Presidência da República estaria a pagar os salários da Primeira-Dama sem existir um contrato.
Na passada terça-feira, após ser questionada pelo Expresso das Ilhas, a Presidência da República emitiu um comunicado de imprensa em que afirma que a “Cidadã e Profissional Débora Katiza Carvalho é, desde a investidura do Presidente da República José Maria Neves, a Primeira Dama de Cabo Verde, dedicando-se exclusivamente a esta condição”.
Em seguida, num comunicado ao país, José Maria Neves anunciou que suspendeu o pagamento do salário da Primeira Dama e que requisitou ao Tribunal de Contas e à Inspeção-Geral das Finanças o seu pronunciamento sobre a matéria.