"Não faz sentido que entre os países que pertencem às diferentes comunidades que existem em África tenham livre circulação", como é o caso da CEDEAO, "mas que depois essa livre circulação não exista entre entre países que pertencem a comunidades diferentes", explicou José Gonçalves na conferência de imprensa que marcou o final da Conferência Ministerial sobre Transporte Aéreo e Turismo.
Quanto à evolução do transporte aéreo no continente, José Gonçalves não hesitou em classificá-lo como o "meio ideal para ligar os diferentes países" do continente. "Não é por estradas, via férreas ou por via marítima, a melhor forma de viajar em África é por via aérea".
A finalizar, o ministro cabo-verdiano mostrou-se esperançado em que a Conferência, que decorreu entre quarta-feira e hoje no Sal, tenha sido o pontapé de saída para a efectivação da Declaração de Yamoussoukro, assinada pelos países africanos em 1999, e que prevê a liberalização do espaço aéreo entre os países do continente.
Para Boubacar Djalo, Director do Gabinete de Transporte Aéreo da ICAO, o sector do transporte aéreo e o do turismo têm imenso potencial de crescimento em África. No entanto, para que esse potencial se efective, é necessário investir em infraestruturas e equipamentos.
Como exemplo, Boubacar Djalo, apontou o caso de Cabo Verde. "Cabo Verde foi pioneiro na aviação e tem dado o exemplo aos países africanos. Antes de conhecer o Sal já sabia onde era por causa da sua FIR e da sua zona de controlo aéreo".
Ao longo dos três dias de trabalho estiveram, nesta Conferência Ministerial, governantes de mais de quatro dezenas de países de África e também de outros continentes. Por escolher está ainda o país que irá receber a próxima edição desta Conferência.