Comecemos pelo PIB. A década anterior arrancou, com Cabo Verde a registar um Produto Interno Bruto (PIB) de 2,0% que teve uma subida acentuada em 2011, passando pra 6,8% e, depois, voltou a descer (1,6% em 2012). O valor mais baixo registou-se em 2014, ano em que o crescimento do PIB não foi além dos 0,5%. Nos anos de 2016 e 2017, o crescimento estabilizou nos 4,5 e 4,4%. Em 2018, voltou a subir, desta feita para 6,7%.
Emprego
Mas será que maior crescimento significou melhorias nas estatísticas do mercado de trabalho? Em 2010, a taxa de desemprego era de 10,7%. Depois subiu e foi preciso passar uma década para voltar a esse valor (no primeiro semestre 2019). O pior ano foi 2012, onde a taxa foi de 16,8%. Oscilando nos restantes anos entre 12,2 e os 16,4%. Contudo este é um indicador que deve ser conjugado com outros, como a taxa de actividade. Que em 2016 atingiu o máximo da década, com 63,7 e o mínimo em 2018 (55,6% e desemprego em 12,2%). Posto isto não se poderá dizer que o crescimento tenha tido impacto directo e a curto prazo no emprego, em Cabo Verde nesta última década.
Retrato social
Apesar de todos os progressos alcançados, em 2015, 35,2% dos cabo-verdianos eram pobres. Contudo, desde 2001 (56,8) a incidência tem vindo a diminuir. O meu rural continua a ser o mais afectado - 48,5% em 2015 contra 68,2% em 2001).
Entretanto, a população, que era de 491.675 pessoas em 2010 passou em 2018 para 543.492. As famílias foram ficando mais pequenas ao longo da década. De uma dimensão média de 4,2 membros, passou-se em 2018 para 3,5.
Cada vez mais cabo-verdianos tem acesso a agua através da rede pública e também o acesso ao saneamento conheceu uma evolução positiva: em 2010, 63,6% da população tinha acesso a instalações sanitárias, enquanto em 2018, a percentagem se fixava nos 82,8%.
Os agregados familiares Cabo-verdianos estao também, cada vez aos, “ligados”. Em 2017 apenas 32,2% das famílias tinha acesso à internet em sua casa. A maior parte dos internautas, navega em net móvel (67,85). Em 2018, a percentagem disparou para 70, 1%. Ou seja, 7 em cada 10 famílias cabo-verdianas tem net em casa. Já a percentagem de cabo-verdianos com telemóvel passou de um pico de 74,2% em 2017 para 70,4 em 2018
Saúde é a entidade que mais tem perdido a confiança dos cabo-verdianos
Outros dados compilados mostram que no que toca à confianças dos cabo-verdianos nas instituições, os Sistema Público de Educação é aquele que é mais creditado pela população (em 2013, 86,1% dos inquiridos diziam confiar nesta entidade, percentagem que no entanto baixou para 83,6%, em 2016). Em segundo aparece a comunicação social oficial, que também sofreu uma baixa – 81,1%, em 2013, contra 77,2% de 2016. A maior descida verifica-se entrento em relação ao sistema Público de Saúde (passou de 74,4% para 66,0%) Queda significativa também no serviço publico (no geral) - de 66,0% para 59,8%. Em sentido inverso, apesar dos deputados continuarem a ser os menos “confiáveis”, entre as entidades faladas são a que mais sobe (29,9% para 34,2%). Sobe também a Segurança social em 1% (667,2 para 68,2%), e as autoridades fiscais e aduaneiras 0,2% (48,7 para 48,9).
Quanto ao nível de satisfação em relação ao funcionamento da democracia, os dados mostram que os cabo-verdianos estão ligeiramente mais mais satisfeitos com o mesmo.
Confira estes e outros dados no slideshow:
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