De acordo com as contas nacionais trimestrais divulgadas esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta evolução resultou do maior contributo das despesas do consumo final e das exportações.
O INE adianta que do lado da oferta o valor acrescentado bruto (VAB) a preços de base apresentou uma evolução homóloga positiva de 6,3%, destacando-se para o efeito as actividades dos transportes e construção.
Os impostos líquidos de subsídios apresentaram uma evolução homóloga de 1,8%.
“A taxa de variação acumulada dos quatro trimestres de 2019 aponta para um crescimento anual do PIB de 5,7%, em volume”, refere o documento indicando que o consumo final teve uma variação homóloga positiva de 8,0%, no 4º trimestre de 2019 (7,3% no trimestre anterior).
“O consumo privado aumentou 8,0%, em termos reais, no 4º trimestre de 2019 (7,3%, no 3º trimestre). O consumo público apresentou uma taxa de variação homóloga de 8,3%, em volume, (7,4% no trimestre anterior). O Investimento registou uma variação homóloga negativa, de 7,6%, em volume, no 4º trimestre de 2019 (-7,1% no trimestre anterior)”, lê-se no documento.
Exportações e importações aumentaram 8,6% e 3,5%, respectivamente, em volume. As Exportações de bens e serviços, em volume, assinalaram no 4º trimestre, uma variação homóloga de 8,6%, menos 1,6 p.p. do que o trimestre anterior.
No que se refere ao VAB a preços de base, foi registado no período de referência uma evolução homóloga positiva, de 6,3%, em termos reais, diminuindo em 1,4 p.p. em relação ao trimestre anterior.
O VAB do ramo agricultura aumentou 2,8%, contribuindo, em 0,1 p.p., na variação total do crescimento do PIB, a indústria transformadora uma diminuição de 4,6% (9,9% no 3º trimestre de 2019), contribuindo negativamente em 0,3 p.p., para a variação total do crescimento do PIB.
O ramo da construção esteve em sentido inverso aumentando para 17,0%, no 4º trimestre, tendo uma contribuição de 1,8 p.p., o comércio apresentou, no 4º trimestre de 2019, uma variação homóloga de 3,4%, em volume, (3,7% no trimestre anterior), traduzindo-se num contributo para a variação homóloga do PIB em 0,1 p.p, o transporte e alojamento e restauração apresentaram, em termos reais, uma variação de 5,9% e 10,5%, respectivamente, contribuindo em 1,3 p.p. e 0,8 p.p., respectivamente.
Na mesma linha, o ramo da Administração Pública teve uma variação homóloga de 9,6%, contribuindo em 1,1 p.p, e os impostos líquidos e subsídios sobre os produtos, em termos reais, apresentaram uma variação homóloga de 1,8%, no 4º trimestre, contribuindo em 0,3 p.p., para a variação total do PIB.
De acordo com o INE, o crescimento acumulado dos quatro trimestres de 2019 ficou-se a dever, essencialmente, às actividades da electricidade e água, construção, transportes, alojamento e restauração, serviços financeiros e seguros e a Administração Pública.
No entanto, estes são valores que terão um peso quase nulo. Na passada terça-feira, em conferência de imprensa, Olavo Correia, admitiu Cabo Verde, por causa da pandemia de COVID-19, entrará em recessão económica e previu que o Produto Interno Bruto nacional deverá ter um rendimento negativo entre os 4 e os 5%.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 958 de 8 de Abril de 2020.