"Não abdicaremos da obrigação" de garantir a ligação entre as ilhas de Cabo Verde, disse esta tarde o Ministro dos Transportes, Carlos Santos, em conferência de imprensa depois de anunciar a assinatura do contrato com a empresa angolana BestFly.
O ministro disse ainda que agora compete à Agência de Aviação Civil conduzir o processo de certificação e licenciamento daquela companhia aérea. "Este assunto do volte face da TICV", que disse hoje que pretende continuar a operar no mercado nacional, "é um assunto que tem de ser tratado pela entidade reguladora. Deixaremos a entidade reguladora trabalhar de forma independente, como tem sido até agora".
Questionado pelos jornalistas sobre se há espaço para as duas operadoras operarem no mercado interno, Carlos Santos respondeu que essa avaliação "não compete ao governo". "O governo quis, em primeiro lugar garantir, e conseguiu, a conectividade interilhas", disse o ministro que apontou ainda que se a TICV "vai estar no mercado isso depende das autorizações da AAC. O importante é que impedimos que não houvesse voos e isso está garantido com a BestFly" com quem o governo assinou um contrato de concessão de seis meses.
No comunicado lido pelo ministro, e que já tinha sido enviado à comunicação social na passada sexta-feira, é referido que a TICV tinha expressado a sua vontade "de cessar as suas operações a partir de 17 de Maio", algo que foi contrariado, esta segunda-feira, quando, em declarações à agência Lusa, a companhia aérea de capital canarino anunciou que, afinal, não só continua a operar em Cabo Verde como até já entregou a programação de verão à Agência de Aviação Civil. “Já entregámos na AAC a nossa programação para a ‘summer season’ de 2021, a partir deste mesmo dia [17 de Maio], e estamos agora a aguardar a autorização da AAC. Normalmente é um processo rápido”, disse o director-geral da Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV), Luís Quinta.
Questionado sobre este tema o ministro dos Transportes esclareceu que "é público e notório que a Binter já tinha manifestado a vontade de sair das operações, inclusive de liquidar a empresa". "Temos correspondência trocada com a Binter, com os accionistas da TICV, a dizer isso. Não vamos entrar no diz que diz", acrescentou o ministro.