Banco Mundial e FMI apontam para crescimento da economia nacional

PorAndré Amaral,25 jan 2025 7:36

Estimativas do Banco Mundial apontam para um crescimento do PIB de 4,9% em 2025 e as do FMI para 4,8%.

O Banco Mundial anunciou no seu mais recente Africa Outlook, divulgado no dia 17 de Janeiro, que a economia nacional deverá crescer 4,9% este ano e 4,8% em 2026.

Os dados do Banco Mundial são assim revistos em ligeira alta relativamente às previsões anteriores, que eram 0,2 pontos percentuais mais baixas.

Apesar de as perspectivas serem de crescimento, os dados do Banco Mundial apontam para um ligeiro abrandamento da economia nacional, uma vez que as estimativas para 2024 apontam para um crescimento do PIB na ordem dos 5,2%.

Em termos regionais, o Banco Mundial destaca que o crescimento na África Subsariana (ASS) se fortalecerá para uma média de 4,2% em 2025-26, impulsionado principalmente por melhorias nas perspectivas dos países exportadores de produtos industriais, incluindo as maiores economias da região. No entanto, a elevada dívida pública e as elevadas taxas de juro reduziram o espaço orçamental, o que levou a esforços de consolidação orçamental em muitos países, enquanto as necessidades de financiamento permanecem elevadas.

Apesar da projectada retoma do crescimento, os ganhos de rendimento per capita continuarão a ser inadequados para realizar progressos significativos na redução da pobreza extrema na região.

Os riscos identificados incluem um crescimento mundial mais fraco devido a uma maior incerteza e à possibilidade de alterações adversas nas políticas comerciais; um abrandamento mais acentuado do que o previsto na China; uma maior instabilidade regional ou mundial, como uma escalada dos conflitos no Sudão e no Médio Oriente, que poderá fazer subir a inflação dos preços da energia e dos produtos alimentares na região; um maior risco de dificuldades para os governos, devido à possibilidade de taxas de juro mundiais mais elevadas e mais prolongadas; e uma maior frequência e intensidade de fenómenos meteorológicos adversos.

FMI

Também as perspectivas económicas a curto prazo do Fundo Monetário Internacional (FMI) para Cabo Verde continuam a ser favoráveis.

“Prevê-se que o crescimento convirja gradualmente para a sua taxa potencial de cerca de 4,8% até 2029”, enquanto a inflação deverá estabilizar “em 2% a médio prazo, em linha com a inflação da zona euro”, aponta o FMI.

Segundo o FMI, estima-se que o défice da balança corrente tenha diminuído em 2024, “estabilizando depois em cerca de 2,5% a médio prazo. Prevê-se que a dívida continue a diminuir à medida que o saldo primário passa para um excedente em 2025 e, posteriormente, melhora para mais de 1% do PIB”.

As perspectivas macro-económicas, prossegue o FMI, estão sujeitas a riscos de abrandamento, “uma vez que Cabo Verde é vulnerável a choques externos e internos”.

Esses riscos de abrandamento “podem resultar do enfraquecimento da procura nos principais mercados turísticos e de choques externos nos preços”.

Já os efeitos das alterações climáticas – secas, subida do nível do mar e catástrofes naturais – “podem afectar as perspectivas a longo prazo do país através de danos nas infraestruturas costeiras e no turismo”.

O FMI defende igualmente que as reformas das empresas públicas “continuam a ser essenciais para melhorar o desempenho financeiro e reduzir os riscos orçamentais e do sector financeiro”.

Já o elevado nível de endividamento do país é apontado como “uma fonte de vulnerabilidade, e o financiamento em condições favoráveis para limitar o custo do serviço da dívida continua a ser importante”.

No lado positivo, o FMI destaca o crescimento mais forte do turismo, que poderá “levar a uma maior atividade económica global”.

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PIB cresce 3,3% no terceiro trimestre de 2024

O Produto Interno Bruto (PIB) registou um crescimento de 3,3% em termos reais no terceiro trimestre de 2024, impulsionado pela Agricultura, Indústria Transformadora, Transportes e Alojamento e Restauração. No lado da despesa, o aumento foi atribuído ao crescimento do consumo privado e das exportações de bens, segundo revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) no passado dia 16, quando divulgou as Contas Nacionais Trimestrais relativas ao terceiro trimestre de 2024.

Segundo o INE, no terceiro trimestre de 2024, o PIB registou uma variação homóloga positiva de 3,3% em termos reais, taxa inferior em 5,1 pontos percentuais (p.p.) à verificada no segundo trimestre (8,5%) de 2024. No primeiro trimestre tinha sido 10,9%.

No acumulado dos três primeiros trimestres de 2024, o crescimento ficou-se a dever, fundamentalmente, às actividades de Agricultura, das Indústrias Transformadoras, de Transporte e Armazenagem, do Alojamento e Restauração, das actividades de serviços às empresas e dos impostos líquidos de subsídios sobre produtos, segundo a mesma fonte.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1208 de 22 de Janeiro de 2025. 

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Autoria:André Amaral,25 jan 2025 7:36

Editado porFretson Rocha  em  26 jan 2025 13:20

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