O chefe da ONU destaca que nos primeiros cinco meses deste ano, as chegadas de turistas internacionais diminuíram em mais da metade. Nesse período, foram perdidos cerca de 320 biliões de dólares em exportações do turismo. Ele realça que um total de 120 milhões de empregos directos estão em risco no sector turístico.
O documento enfatiza que grande parte destes postos de trabalho se encontra na economia informal ou em micro, pequenas e médias empresas, que absorvem mulheres e jovens.
Para o chefe das Nações Unidas, a crise é como “um grande choque” para as economias desenvolvidas. Já para as nações em desenvolvimento é uma emergência, “especialmente para muitos pequenos Estados insulares em desenvolvimento e países africanos”.
Entre os grupos populacionais mais afectados estão mulheres, comunidades rurais, povos indígenas e populações “historicamente marginalizadas”. Eles têm no sector turístico “um veículo de integração, capacitação e geração de rendimento.”
Os danos da pandemia na área aumentaram a caça furtiva e a destruição de habitats em áreas protegidas, levaram ao fechamento de muitos locais classificados como Património Mundial e privaram comunidades de meios de subsistência vitais.
Guterres considera obrigatório “reconstruir este sector, mas apela que isso seja feito de uma forma “segura, equitativa e favorável ao clima.” Uma das propostas é uma recuperação com a “experiência de viagem sustentável e responsável” que seja segura para as comunidades anfitriãs, para os trabalhadores e para os viajantes.
Impactos
Guterres vê cinco áreas prioritárias para realizar esta recuperação: mitigar os impactos socioeconómicos da crise, criar resiliência em toda a cadeia de valor do turismo e maximizar o uso de tecnologia no sector de turismo.
Em quarto lugar, o secretário-geral sugere a promoção da sustentabilidade e do crescimento amigos do ambiente, além de se fechar parcerias para permitir que o turismo apoie ainda mais os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
O apelo do chefe da ONU é que seja garantida um a recuperação da posição deste sector como fonte de empregos dignos, de rendimentos estáveis e de proteção do patrimônio cultural e natural da humanidade.