Ana Brito afirma que nunca falou com os deputados do PAICV, no hospital, e que por isso desconhece a origem das informações avançadas por Filomena Martins.
“Em relação a estas declarações, não sei onde é que ela foi buscar os dados, porque nós não chegámos a falar com os deputados do PAICV aqui no hospital. Tivemos aqui deputados, mas foram os da UCID. Em relação à lista de espera, quando entrámos na direcção encontramos vários problemas organizacionais, tivemos que fazer todo um esforço em relação à organização do atendimento, das listas de espera, que antes não existiam. Havia a noção de que as pessoas estavam à espera, mas não havia uma organização, uma quantificação das pessoas que esperavam por cada especialidade”, afirma à Morabeza.
Em declarações à Rádio Morabeza, Ana Brito fala numa reorganização do serviço, desde que o novo conselho de administração do hospital central tomou posse, em Julho de 2016.
Nos serviços de oftalmologia, exemplifica, foi possível reduzir o tempo de espera de 3 para 1 ano e dois meses.
“Encontrámos listas de esperas com três anos e que neste momento, e com grandes esforços do pessoal de oftalmologia, apesar de não termos tido aumento de médicos - muito pelo contrário, até saiu uma para a reforma, ficámos com 2 médicos - conseguimos reduzir esta lista de espera”, sublinha.
Quanto à questão de recursos humanos, a directora do Hospital Baptista Sousa afirma que é um problema nacional e que se deve à falta de rejuvenescimento dos quadros.
“A falta de recursos humanos é um problema que há vários anos temos chamado a atenção. As sucessivas direcções do hospital têm chamado a atenção para o envelhecimento do pessoal médico, enfermeiros e de outros, mas isso é um problema que encontrámos e que nunca foi resolvido e não havia um plano para a substituição”, nota.
O PAICV denunciou na terça-feira aquilo que classificou de degradação dos indicadores de saúde em São Vicente. Pela voz da deputada Filomena Martins, o partido justificou a posição com o reaparecimento de algumas doenças, falta de recursos humanos e materiais e aumento do tempo de espera para consultas de especialidade.
Já quarta-feira, e também em declarações à Rádio Morabeza, o delegado de saúde de São Vicente, Elísio Silva, havia contrariado as declarações da parlamentar.